O ataque aéreo atingiu uma residência familiar em Bureij, um campo de refugiados urbano no centro de Gaza, de acordo com responsáveis do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, na cidade vizinha de Deir al-Balah.

Um jornalista da agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) visualizou os registos hospitalares dos mortos no ataque.

O Exército israelita ainda não se pronunciou sobre este caso.

Hospitais locais citados pela AP indicaram que ataques entre a noite de quarta-feira e o início do dia de hoje atingiram uma casa no norte do enclave, matando oito pessoas, incluindo duas mulheres e três crianças, bem como um carro na Cidade de Gaza, provocando outros quatro mortos.

Também não houve comentários do Exército israelita, que afirma ter como alvo apenas militantes do Hamas e atribui a morte de civis ao grupo islamita palestiniano, alegando que os seus elementos operam em áreas populosas.

Nas últimas horas, os militares israelitas ordenaram a evacuação do Hospital Al-Awda, na zona fortemente devastada de Jabalia, e que é um dos últimos centros clínicos em funcionamento no norte do território.

O hospital foi cercado pelas tropas israelitas e tem sido alvo de ataques nos últimos dias. Segundo o médico Rami al-Ashrafi, permanecem no local 82 funcionários e sete doentes.

Trinta pacientes e 57 funcionários já tinham sido retirados na terça-feira, indicou a mesma fonte.

As autoridades israelitas emitiram alertas de evacuação na semana passada para grande parte do norte da Faixa de Gaza, antes de ofensivas contra o Hamas, embora o Exército não tenha ordenado a retirada do hospital.

O Exército israelita iniciou há uma semana e meia uma nova operação terrestre e aérea no território, após ter quebrado em meados de março o cessar-fogo em vigor com o grupo Hamas.

O início desta campanha militar coincidiu com o levantamento do bloqueio que se mantinha há mais de dois meses à entrada de ajuda humanitária à população do enclave, que já enfrentava o risco de fome, segundo as agências da ONU.

O conflito em curso foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 54 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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