
A decisão foi conhecida na meia-noite da última madrugada: Massimo Cellino, dono do Brescia, não liquidou uma dívida de três milhões de euros, o que impossibilita a inscrição do clube na Serie C (terceira divisão). Como tal, a queda para os escalões amadores é inevitável.
Em campo, durante a época 2024/25, o Brescia garantiu a permanência na Serie B. Mas uma dedução de quatro pontos após o fim do campeonato, por irregularidades discais e financeiras atirou o clube para a zona de descida de divisão e salvou, para já, a Sampdoria (que vai jogar um play-off de manutenção com a Salernitana).
«O presidente deixou o clube morrer»
Em Itália, a Gazzetta dello Sport aponta Cellino como o principal culpado, escrevendo: «Cellino deixou deliberadamente o Brescia morrer. Decidiu não o registar, ponto final.»
As negociações para uma eventual venda do clube não avançaram e Cellino, tão contestado em Brescia que passou a trabalhar em Londres, ainda alegou não ter o dinheiro por ter sido burlado, informa o mesmo jornal.
Na cidade italiana, adeptos reuniram-se à porta dos escritórios e da loja do clube na cidade (que pertence a uma empresa de Cellino), esperando boas notícias que nunca chegaram. Dimitri Bisoli, através do Instagram da mulher, escreveu: «114 anos de história foram espezinhados, mas o Brescia não é ele [Cellino]. O Brescia somos nós e nunca morrerá.»
De Baggio a Balotelli
Com 23 temporadas na Serie A, o melhor resultado de sempre do Brescia foi o 8.º lugar conseguido na época 2000/01, plantel do qual Roberto Baggio fazia parte. O avançado do rabo de cavalo acabou a carreira no clube e foi uma dos maiores nomes que por lá passou.
Andre Pirlo foi outro, ele que se formou e estreou no Brescia, à semelhança de Sandro Tonali. E por falar em médios, Pep Guardiola ainda teve duas curtas passagens pelo Brescia no final da carreira de jogador.
Luca Toni, Gheorghe Hagi e Mario Balotelli são alguns dos outros grandes nomes que passaram pelo emblema que agora cai na pirâmide do futebol transalpino.