
Depois de serem eliminadas nas meias-finais da Liga das Nações, Alemanha e França procuravam agarrar o manuscrito da redenção. No entanto, na MHPArena, em Estugarda, foi apenas o conjunto gaulês a cumprir a missão proposta (0-2), no duelo a contar para o terceiro/quarto lugar da prova.
A matreirice no corpo de um astro
Julian Naggelsmann, face ao desaire diante de Portugal, promoveu algumas mexidas, dando a oportunidade a outros pupilos de mostrarem o seu valor. Karim Adeyemi e Nicklas Füllkrug, por exemplo, foram chamados à ação numa zona mais adiantada do terreno. Como tal, a estratégia implementada passava por aliar a capacidade de explosão com o poderio físico do ponta de lança do West Ham.
Já a seleção gaulesa, montada num claro 4-2-3-1, contou com Marcus Thuram e Randal Kolo Muani no apoio a Kylian Mbappé, bem como Rayan Cherki. Recorde-se que o jovem jogador fez a sua estreia com a camisola dos les bleus frente à Espanha e deu excelentes sinais: o golo e a assistência fizeram jus a todo o seu potencial!

A Mannschaft, perante os seus adeptos, queria mostrar que a eliminação frente a Portugal foi um mero acidente de percurso. Como tal, os primeiros suspiros do embate foram de sentido único. Nick Woltemade, Füllkrug e Adeyemi, os três avançados visaram a baliza adversária com mestria. No entanto, Mike Maignan protagonizou múltiplas intervenções de alto nível. Quando o guardião do Milan já estava batido, eis que surgiu Lucas Digne para fazer de guarda-redes.
Com o decorrer do tempo, a formação pintada de azul mostrou-se mais soltinha. Adrien Rabiot e Aurélien Tchouaméni começaram a aparecer mais no jogo, dominando o miolo através de passes simples e eficazes. Assim, contrariando a pressão alemã, os visitantes mostraram toda a sua matreirice.
O camisola '8', com um cruzamento a régua e esquadro, encontrou Mbappé, que, depois de uma bela receção, encontrou espaço para enviar o esférico para o fundo das redes, com um disparo violento. Foi um golo especial para o atleta merengue, o 50.º pela sua nação!
Assim já faz sentido!
Após o intervalo, os comandados de Didier Deschamps recuaram um pouco as suas linhas. Porém, esta nova conjetura defensiva não abalou a procura da equipa para ampliar a vantagem. Aliás, aprimorou esta vontade: através de transições rápidas, os forasteiros deslocaram-se, em múltiplas ocasiões, em direção de zonas vantajosas para premirem o gatilho, mas a mira dos atletas não esteve particularmente afinada... ou demasiado afinada, que o diga Marcus Thuram.

O possante jogador do Inter, aos 59', esteve perto de sentenciar o encontro, servido, de bandeja, por Kolo Muani. No entanto, a finalização em arco foi travada pelo poste direito, para grande desalento do '9' e restantes companheiros. Numa segunda parte dominada pela França, os germânicos não estavam a conseguir canalizar a acrescida posse de bola em ocasiões flagrantes. Maignan estava descansado, com muito menos trabalho do que na primeira parte.
Ter Stegen não podia dizer o mesmo. O guardião do Barcelona salvou o seu país em várias situações, mostrando a todos os espetadores que está de volta ao seu melhor nível, após uma onda de lesões. Depois de múltiplas ações de grande nível, o experiente guarda-redes nada conseguiu fazer para remediar um erro individual.
Aos 84', Robin Koch, com um corte infeliz, colocou a bola à mercê de Mbappé. O camisola 10 arrancou até à baliza adversária e, com humildade, serviu Michael Olise, que teve apenas de encostar a bola para a baliza deserta. A superioridade francesa só apareceu depois do descanso, mas fez-se sentir em dose dupla.