Milhares de pessoas são esperadas nesta manifestação que visa, nomeadamente, exigir um cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

"Continuamos a acreditar que planear manifestações no Dia do Armistício é uma provocação e uma falta de respeito, e instamos os organizadores a reconsiderar" o seu plano, sublinhou um porta-voz do primeiro-ministro britânico, em declarações aos jornalistas.

O Governo "estudará cuidadosamente qualquer pedido" da polícia para proibir a marcha, acrescentou, citado pela agência France-Presse (AFP).

Mas o chefe da polícia de Londres, Mark Rowley, destacou na terça-feira à noite, em comunicado, que não existe "poder absoluto" para proibir protestos, exceto em casos "extremamente raros".

"Portanto, haverá um protesto neste fim de semana", advertiu.

Na segunda-feira, a polícia de Londres apelou no X (antigo Twitter) aos organizadores para reconsiderarem o evento, estimando que "o risco de violência e desordem por parte de grupos dissidentes está a aumentar".

As forças policiais detiveram dezenas de pessoas durante protestos anteriores ocorridos em Londres desde o ataque lançado há um mês pelo Hamas contra Israel.

Mais de 1.400 pessoas morreram desde 07 de outubro em Israel, a maioria civis mortos naquele dia por militantes do Hamas, segundo as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou guerra para "aniquilar" o Hamas, bombardeando implacavelmente a Faixa de Gaza e penetrando profundamente no território, deixando mais de 10 mil mortos, incluindo mais de 4 mil crianças, segundo o movimento islamita palestiniano, considerado terrorista pela Estados Unidos e União Europeia.

Nos últimos dias, vários membros do Governo conservador britânico desaprovaram a realização deste evento neste fim de semana, quando o país comemora o fim da Primeira Guerra Mundial mas também o sacrifício das Forças Armadas britânicas em todos os conflitos desde 1914.

A ministra do Interior, Suella Braverman, descreveu a manifestação como uma "marcha de ódio".

Os organizadores, incluindo as associações Stop the War e a Muslim Association of Britain, negaram querer perturbar as comemorações, que culminarão no domingo, no Reino Unido, com o "Domingo da Memória", durante o qual será realizado um minuto de silêncio em frente aos diversos monumentos erguidos no país em memória dos soldados que morreram em combate.

Estas associações garantiram que vão evitar a área de Whitehall, no centro de Londres, onde está localizado o Cenotáfio, o memorial oficial de guerra.

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