A Opera anunciou o lançamento do Neon, um browser desenvolvido com o objetivo de se adaptar à nova geração de serviços baseados em inteligência artificial e, mais concretamente, aos agentes de IA. Essas peças de software constituem modelos que podem concluir tarefas complexas por conta própria, sem exigir a interação do utilizador durante o processo, podendo ser encarregadas de tarefas como todas as reservas de passagens e hotéis correspondentes a uma viagem.

Para isso, os agentes de IA precisam de poder navegar na web.

Ao contrário dos browseres tradicionais, o Neon não se limita a mostrar páginas web, mas incorpora estas capacidades agênicas que permitem compreender a intenção do utilizador, executar tarefas e produzir conteúdos digitais de forma autónoma.

O novo produto foi concebido como uma plataforma colaborativa entre o utilizador e a IA, capaz de operar de forma independente, abordar várias tarefas em paralelo e adaptar-se em tempo real às necessidades do ambiente digital. Segundo a Opera, esta abordagem representa uma evolução em relação a outras ferramentas que integram funções de IA como extensões ou complementos.

O Opera Neon está estruturado em torno de três funcionalidades principais que representam diferentes capacidades agênicas do browser, sendo a primeira delas o Chat com Neon, que permite manter uma conversa com um agente de IA nativo capaz de oferecer respostas fiáveis, pesquisar informações e fornecer contexto em tempo real sobre a página visitada.

A segunda funcionalidade é o Neon Do, que automatiza tarefas rotineiras como preencher formulários, fazer reservas ou compras online. Esta capacidade baseia-se na compreensão e interação direta com o conteúdo das páginas web e é executada localmente. Segundo a Opera, preserva a privacidade e a segurança do utilizador.

Por último, o Neon Make, que permite gerar conteúdos complexos a partir de instruções simples, como relatórios, fragmentos de código, sites ou até mesmo videojogos. Para isso, o Opera Neon recorre a agentes de IA implantados numa máquina virtual na nuvem, o que permite que as tarefas continuem em segundo plano, mesmo que o utilizador se desconecte.

Esta funcionalidade também permite a multitarefa agênica, ao permitir múltiplos processos de criação em paralelo.

Um modelo premium e uma aposta na navegação autónoma

A Opera define este lançamento como o início de uma nova etapa em que o browser atua como assistente digital, e não apenas como uma interface de visualização. Ao contrário de outros browseres que incorporaram ferramentas de IA após o seu design inicial, o Opera Neon foi concebido desde o início com o objetivo de funcionar como um ambiente de interação agente.

O produto é oferecido em modo de assinatura premium e, está disponível desde ontem, 28 de maio de 2025, para os utilizadores que desejarem inscrever-se numa lista de espera para experimentá-lo em primeira mão.

O nome Opera Neon não é novo para a empresa. Em 2016, a Opera já havia lançado um browser experimental com o mesmo nome, que serviu como campo de testes para funcionalidades inovadoras, como a barra lateral integrada ou a navegação em ecrã dividido. O novo Neon retoma essa herança conceptual para dar forma a um browser completamente renovado, alinhado com as necessidades de um ecossistema digital cada vez mais orientado para a automatização, a colaboração e a inteligência artificial.