
Foi em frente à sede do Novo Banco, em hora de ponta, no meio do barulho das buzinas, que se juntaram cerca de duas centenas de pessoas, de máscara e com alguma distância entre elas devido à covid-19, para ouvir o líder do partido durante 12 minutos a criticar os negócios do PSD e CDS com o ex-BES, sem poupar o executivo socialista.
A ideia de que o BES foi dividido em "banco bom" e "banco mau", na chamada resolução do BES, em 2014, é "uma autêntica fraude política com o apoio do Governo PSD/CDS e do então Presidente da República Cavaco Silva".
Entre os manifestantes ouviu-se uma vaia ao ser dito o nome de Cavaco, antes de Jerónimo de Sousa criticar, indiretamente e sem o mencionar, o Governo do PS, liderado por Costa.
"Mas se o processo de resolução do BES configura um escândalo, a venda do Novo Banco a um fundo abutre, a Lone Star, em 2017, transformou-se num negócio ainda mais ruinoso para o Estado português".
Numa 'manif' em que se ouviram palavras de ordem como "Para os banco vão milhões, para os trabalhadores vão tostões" e "Abril de novo, a banca nas mãos do povo", o secretário-geral dos comunistas terminou com uma "bucha" que não estava no discurso escrito.
"O povo nunca há-de compreender como é possível enterrar nove mil milhos de euros num banco que continua a ser gerido pelo grande capital financeiro e continua a ser privado. Nacionalizar é que defende o interesse nacional", disse, perante as palmas dos militantes espalhados pelo passeio lateral da Avenida da Liberdade, junto à sede do Novo Banco.
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Lusa/fim