
De acordo com o banco, o Bankinter Portugal registou 9,5 milhões de euros (ME) de provisões, dos quais 2,5 atribuíveis à pandemia de covid-19.
Relativamente a moratórias atribuídas no âmbito da pandemia, elas chegaram a 14.459 contratos, correspondentes a 1.054 milhões de euros, 15% da carteira do banco.
A maior 'fatia' de moratórias abrangeu o crédito à habitação (6.703), correspondentes a 589 milhões de euros, seguindo-se as empresas (4.528 contratos de 426 ME) e clientes 'consumer finance' (3.318 contratos de 39 ME).
No total, a margem bruta de negócio do Bankinter em Portugal aumentou 13%, correspondendo a 15,5 ME euros que levaram esse indicador para os 138,2 ME.
Os custos operativos diminuíram 3% (2,7 ME) face a 2019, tendo sido de 83,5 milhões de euros em 2020.
A margem de exploração foi, assim, de 54,7 milhões de euros, uma subida de 50%, correspondente a 18,1 milhões de euros, face a 2019.
O rácio de crédito malparado do banco em Portugal diminuiu 0,3 pontos percentuais entre 2019 e 2020, sendo no final do ano passado de 2,1%.
Em milhões de euros, o crédito malparado no Bankinter diminuiu para 150 milhões em 2020, depois de 158 em 2019, com uma cobertura de 77% no final do ano passado.
O banco aumentou ainda o crédito a clientes em 7%, para 6.900 milhões de euros, e os recursos em balanço aumentaram 4% para 4.800 milhões de euros.
Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do banco, o responsável do Bankinter em Portugal, Alberto Ramos, destacou "o forte crescimento do negócio realizado em Portugal, que se reflete bem no crescimento da carteira de crédito e de recursos de balanço".
O responsável salientou ainda o apoio prestado "às famílias e às empresas", acompanhado por "um crescimento de receitas, de uma forte contenção em termos de custos e de um resultado em termos de margem de exploração que é bastante satisfatório".
Relativamente às moratórias implementadas na sequência da pandemia de covid-19, Alberto Ramos considerou-as uma "ferramenta importante e positiva".
"Quer do ponto de vista de extensão quer do ponto de vista de acessibilidade, em Portugal fomos bastante generosos na disponibilização desta ferramenta", disse.
Alberto Ramos acrescentou ainda que as moratórias foram decididas num contexto onde não se podia antever "que pudesse haver um segundo confinamento", antecipando um impacto mais "gravoso" para a economia e um possível aumento do crédito malparado.
Quanto a uma possível extensão das moratórias, o responsável do Bankinter disse que "para setores particularmente atingidos e para famílias em situações muito específicas pode ser uma solução", bem como a recapitalização das empresas, dentro de um "período de transição melhor conseguido e com menores impactos".
O gestor disse ainda que o Bankinter pretende continuar uma via de crescimento orgânico em Portugal, não estando em cima da mesa possíveis aquisições de outras instituições.
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