
"Pediram-nos para ter uma política contracíclica, devemos mobilizar grandes volumes de capital, assumir os riscos e ser agentes da transição energética", disse a responsável, salientando que estas instruções estão vertidas em três pilares que fazem parte do orçamento comunitário até 2027.
"Para tirar risco aos projetos, precisamos de novos instrumentos e que outros atores assumam o risco, temos de ter a certeza que os bancos locais e as IFD não chegam, porque não temos capital suficiente, por isso é preciso ter instrumentos 'fora das contas' para ter mais impacto", apontou Marta Mariz na intervenção no Fórum de Investimento Verde UE-África, sob o tema "O futuro verde de África, novas vias de investimento para um desenvolvimento inclusivo sustentável", organizado pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento.
Para além disto, acrescentou, "a vertente da assistência técnica é muito importante, porque os projetos precisam de ser bancáveis", ou seja, precisam de ter todos os estudos adequados para que o financiamento bancário seja possível.
O terceiro pilar da política contracíclica que Marta Mariz diz ter sido pedidas às IFD tem a ver com a qualidade da governação em África: "Temos de criar clima propício ao investimento, as IFD precisam de fomentar reformas institucionais, podendo ser a ponte entre o setor privado e o governo para haver recomendações de políticas e de reformas económicas", concluiu.
O fórum encerra um mês de diálogo entre europeus e africanos sobre desenvolvimento sustentável e investimento verde promovido pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) com a realização de 23 conferências virtuais, designadas "Green Talks", que arrancaram em 24 de março a partir de Dacar, capital do Senegal.
Portugal detém a presidência da União Europeia no primeiro semestre de 2021, tendo elegido a relação com África como uma das prioridades.
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