Em 2019, as receitas em impostos sobre o jogo foram de 112,7 mil milhões de patacas (11,6 mil milhões de patacas), de acordo com dados publicados no portal da Direção dos Serviços de Finanças na quinta-feira.

Até novembro do ano passado, o Governo de Macau tinha arrecadado menos 77 mil milhões de patacas (7,9 mil milhões de euros) em impostos sobre o jogo, comparativamente ao período homólogo de 2019, devido ao impacto provocado pela pandemia da covid-19.

Os casinos terminaram 2020 com receitas de 60,4 mil milhões de patacas (6,2 mil milhões de euros), uma quebra de 79,3% em relação ao ano anterior, em que registaram 292,4 mil milhões de patacas (cerca de 30 mil milhões de euros).

No orçamento para 2021, aprovado em novembro passado pela Assembleia Legislativa, o Governo previu a injeção extraordinária de 26,6 mil milhões de patacas (2,8 mil milhões de euros) da reserva financeira para contrariar as contas deficitárias.

Em causa está o aumento da despesa nas obras públicas e a perda de receitas do imposto sobre o jogo, com as operadoras a registarem milhões de euros de prejuízos devido ao impacto económico da pandemia na economia do território.

Para o próximo ano, "verifica-se uma quebra significativa das receitas derivadas do imposto especial sobre o jogo", que normalmente representa cerca de 80% da totalidade das receitas, salientou o Governo de Macau, que encaixa 35% do valor bruto do que é arrecadado pelos casinos.

"A receita orçamentada para o ano económico de 2021 não é suficiente para satisfazer a despesa orçamentada, sendo utilizada (...) a verba da reserva extraordinária (...) para manter o equilíbrio financeiro", de acordo com o executivo.

O valor total da receita do orçamento da RAEM para 2021 é de 96 mil milhões de patacas (10,1 mil milhões de euros), que já inclui a verba da reserva financeira, com a despesa a atingir os 95,2 mil milhões de patacas (dez mil milhões de euros).

O impacto da pandemia de covid-19 levou a fortes restrições nas fronteiras para evitar a propagação do novo coronavírus, o que originou uma quebra acentuada na entrada de turistas.

O território registou o primeiro caso no dia 22 de janeiro e a partir daí adotou várias medidas sanitárias para controlar a propagação do vírus, como o encerramento dos casinos por 15 dias, um plano de distribuição de máscaras e um forte controlo fronteiriço.

Em março, as autoridades chinesas suspenderam a emissão de vistos para Macau, e só em 23 de setembro passado foi retomada.

Considerada uma das regiões mais seguras do mundo em relação à covid-19, Macau contabilizou apenas 48 casos desde final de janeiro de 2020, não tendo registado até hoje nenhuma morte causada pela doença.

CZL (JMC/MIM) // VM

Lusa/Fim