De acordo com o relatório de Estatísticas dos Transportes do primeiro trimestre, divulgado hoje, os 4.937.373 passageiros em transportes coletivos urbanos regulares no arquipélago de janeiro a março último comparam com os 4.980.335 do mesmo período de 2021 (-0,9%).

Tratou-se do único tipo de transportar a evidenciar queda na procura neste período, tendo em conta que, também por comparação homóloga, o movimento de aviões nos aeroportos e aeródromos nacionais aumentou 137,2%, para 5.488, e o de passageiros nesses voos cresceu 374,8%, para 456.534.

Já o movimento de navios nos portos nacionais aumentou 8%, para 1.656, e o de passageiros 53,2%, para 277.509.

A Lusa noticiou em abril passado que o total de passageiros transportados por autocarros em Cabo Verde aumentou 45,6% em 2021, face ao ano anterior, para mais de 20 milhões, número que continua abaixo do registo anterior à pandemia de covid-19.

De acordo com dados compilados a partir do relatório anual dos transportes, relativo a 2021, do INE, os transportes terrestres, em autocarros, transportaram mais quase 6,3 milhões de passageiros face a 2020, ano fortemente afetado pelas restrições impostas para travar a pandemia de covid-19.

Em todo o ano de 2021, foram transportados em autocarros, no arquipélago, 20.090.781 passageiros, segundo o INE, registo que compara com os 13.794.316 em 2020, que representou então uma quebra de 31,6% face a 2019.

Em 2020, o total de passageiros transportados em autocarros recuou a níveis anteriores a 2016, segundo o histórico disponibilizado pelo INE.

A oferta dos autocarros também aumentou em 2021, 13,1% face ao ano anterior, para 24.849.143 lugares, enquanto a distância total percorrida aumentou 14,2%, para 5.827.540 quilómetros em todo o ano.

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido às restrições impostas para controlar a pandemia de covid-19.

O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento económico de 7% em 2021, impulsionado pela retoma da procura turística no quarto trimestre.

Entretanto, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo cabo-verdiano reviu de 6% para 4% a perspetiva de crescimento económico em 2022.

PVJ // RBF

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