José Luís Carneiro quis deixar claro, logo na abertura da Comissão Nacional do PS, que não há lugar para exclusões no partido. “A atual situação no PS não dispensa ninguém. Ninguém está a mais”, afirmou o novo secretário-geral, sublinhando que pretende liderar uma direção capaz de integrar todas as sensibilidades numa fase difícil para os socialistas.

“Por muito que nos custe, por vezes, algumas vozes, muitas das vezes desalinhadas com as opções da direção, com as opções de outros camaradas, por muito que isso nos custe, faz parte da nossa riqueza democrática e temos de contar com todos para fortalecer o PS num momento tão difícil como aquele que estamos a viver", afirmou.

Carneiro apresentou este sábado, na reunião da Comissão Nacional, a lista do novo Secretariado Nacional, que foi aprovada por 97 dirigentes (75%), enquanto 20 (15%) votaram contra e 13 (10%) optaram por votar em branco.

É um órgão praticamente renovado, onde entram figuras como os eurodeputados Ana Catarina Mendes e Francisco Assis, o ex-deputado Sérgio Sousa Pinto ou a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros. De saída do Secretariado Nacional está a deputada e ex-ministra Mariana Vieira da Silva, bem como a candidata à Câmara de Lisboa, Alexandra Leitão, ou o ex-ministro Duarte Cordeiro. Apenas três nomes transitaram da anterior direção de Pedro Nuno Santos.

O novo líder socialista frisou ter escolhido uma equipa “intergeracional” e com diferentes percursos políticos, visando “a inclusão e a capacidade de mobilizar todas as vontades para servir o PS”.

O presidente do PS, Carlos César, sublinhou esta segunda-feira que o grande desafio do novo Secretariado Nacional é reforçar a coesão interna do partido, sem perder de vista a sua pluralidade. Para Carlos César, a chave está em transformar a diversidade interna numa “direção sólida e comum”, capaz de devolver ao PS a força eleitoral perdida nas legislativas de maio e de alcançar um bom resultado nas autárquicas de outubro.

“Não somos como certos partidos que são apenas o secretário-geral e sempre o mesmo”, disse, apontando o PS como um partido habituado a eleger diferentes lideranças e estruturas dirigentes. O dirigente socialista defendeu ainda que só através desta pluralidade será possível demonstrar aos eleitores que a alternativa ao atual Governo da AD é o PS.

Sobre as presidenciais de 2026, Carlos César afirmou que o PS “não manda no voto dos militantes nem dos eleitores” e apenas tomará uma posição formal depois das autárquicas de 12 de outubro, admitindo que poderá haver liberdade de apoio individual, incluindo a Sampaio da Nóvoa, que ainda não confirmou candidatura.