"Morreu? Não sabia. Ela era uma mulher incrível que teve uma vida incrível", reagiu Donald Trump, alguns minutos antes de embarcar no avião presidencial Air Force One

A notícia da morte de Ginsburg foi divulgada cerca de dez minutos antes de Trump iniciar um comício em Bedmidji, no estado do Minnesota, decisivo nas eleições presidenciais, marcadas para 03 de novembro, e nas quais procura conquistar um segundo mandato na Casa Branca.

Durante o discurso, Trump não mencionou a morte de Ginsburg, aos 87 anos, devido a complicações de um cancro pancreático.

O Presidente e a magistrada mantinha uma relação difícil, uma vez que durante a campanha para as presidenciais de 2016, Ginsburg acusou Trump de ser falso, comentário pelo qual a juíza pediu desculpa e que levou o atual chefe de Estado a pedir a sua demissão.

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos é composto por nove juízes, com cargos vitalícios e que têm o poder de mudar as leis do país. Na prática, desempenham um papel crucial em temas como o aborto, os direitos dos imigrantes, a privacidade, a pena de morte e a posse de armas.

Os magistrados são nomeados pelo Presidente norte-americano e devem ser confirmados pelo Senado.

Atualmente, os republicanos detêm a maioria no Senado e o líder, Mitch McConnell, emitiu já um comunicado, no qual se comprometeu a submeter a votação o candidato que Trump escolher para o Supremo Tribunal.

No entanto, em 2016, após a morte do juiz conservador Antonin Scalia, McConnell recusou ouvir o magistrado escolhido pelo então Presidente norte-americano Barack Obama para substituit Scalia, com o argumnto de que o país estava num ano eleitoral.

Este ano e dada a maioria republicana na câmara alta do Congresso dos Estados Unidos, é possível que o candidato escolhido por Trump tome posse no Supremo Tribunal, se a votação se realizar antes das eleições de novembro.

Na sequência da morte de Ginsburg, a mais alta instância judicial dos Estados Unidos integra oito juízes: três progressistas e cinco conservadores.

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