
A décima oitava fase da Operação Lesa Pátria cumpriu um mandado de busca, expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal de Brasília, segundo um comunicado da Polícia Federal em que o nome do suspeito não foi revelado.
Segundo o portal de notícias G1, da rede Globo, trata-se do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde e general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, cujas armas foram confiscadas e as contas bancárias bloqueadas por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a nota da polícia brasileira, "os danos causados ao património público" no dia da invasão e saques nas sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário "podem chegar a 40 milhões de reais (cerca 7,5 milhões de euros).
"O suspeito é investigado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano agravado, associação para a prática de crime, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bens protegidos", segundo as autoridades brasileiras.
Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram em 08 de janeiro as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios para exigirem a queda do novo Governo.
Desde o dia dos atos antidemocráticos, mais de 1.800 pessoas foram presas e 128 delas permanecem detidas, embora quase todas continuem a responder à justiça em liberdade condicional por diversos crimes.
Até ao momento, três pessoas foram condenadas a penas de até 17 anos, outras seis estão em julgamento até 02 de outubro e outras 223 aguardam uma data para o seu caso ser levado ao mais alto tribunal do país.
A justiça brasileira também investiga Jair Bolsonaro para esclarecer se este teve participação na instigação dos atos golpistas, e também estão a ser investigados funcionários públicos e outras autoridades suspeitas de omissão ou de facilitação dos ataques.
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