Lisboa, 30 set (Lusa) -- O Prémio Jovens Músicos (PJM) é "uma plataforma de revelação [de instrumentistas] sem paralelo em Portugal", disse o compositor Luís Tinoco, diretor da iniciativa organizada pela RTP/Antena 2, há 25 anos.
A celebração da 25.ª edição do Prémio conta com duas novidades: a introdução do jazz entre as modalidades a concurso e a realização de um Festival, de quinta-feira a sábado da próxima semana, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, que terá como um dos pontos altos o Concerto dos Laureados, no qual será decidida a atribuição do Prémio Jovem Músico/Maestro Silva Pereira.
"Este é de facto o prémio pelo qual os jovens músicos esperam durante o ano e se vão preparando nas escolas, conservatórios e universidades com os seus professores", disse à Lusa Luís Tinoco.
O compositor referiu-se ao concurso como uma "plataforma de revelação, divulgação e lançamento dos novos talentos da música [na área erudita] sem paralelo no nosso meio musical".
Luís Tinoco salientou que "muitos dos músicos que se têm destacado no panorama musical, até além fronteiras, venceram ou passaram pelo Prémio Jovens Músicos" e citou os nomes de Alexandre Delgado, Pedro Carneiro, Bruno Borralhinho e Pedro Ribeiro.
"Os chefes de naipes das grandes orquestras nacionais como a Sinfónica Portuguesa, Nacional do Porto, Gulbenkian ou a Metropolitana passaram ou venceram este Prémio", acrescentou.
O concerto dos laureados, do qual sairá o vencedor do Prémio Jovem Músico/Maestro Silva Pereira, realiza-se na próxima quinta-feira às 19:20 no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, e será transmitido em direto pela RTP2 e RTP/Antena2.
O concerto conta com a prestação dos vencedores de nível superior nas diferentes categorias, recebendo o laureado uma bolsa no valor de dois mil euros, atribuída pela viúva do maestro, a professora de música Teresa Costa Macedo que preside ao júri.
"Esta bolsa deve ser integralmente gasta em formação no estrangeiro", disse Luís Tinoco que integra o júri ao lado da maestrina Joana Carneiro, Miguel Sobral Cid, do Serviço de Música da Fundação, o maestro Martin Andre, do Teatro de S. Carlos, e Rui Pereira, da Casa da Música.
O PJM disputa-se nos níveis médio (até aos 18 anos) e superior (até aos 25 anos), e em três categorias, duas obrigatórias - instrumentos solistas (oboé, violino, violoncelo, piano, etc), que alternam anualmente, e música de câmara -, sendo a terceira rotativa, facto que permitiu este ano a estreia do jazz. O ano passado esta terceira categoria foi canto lírico e dela saiu a vencedora do Prémio Maestro Silva Pereira, a soprano Susana Rodrigues.
Este ano os vencedores no nível superior (maiores de 18 anos), que concorrem ao galardão são Tamila Ostapivna Kharambura (violino), Fernando José Costa (violoncelo) e João Miguel Peixoto Xavier (piano).
No concerto dos alureados - na próxima quinta-feira - com a Orquestra Gulbenkian, sob a direção de Pedro Neves, atual maestro titular da Orquestra do Algarve, cada concorrente interpretará um andamento de uma obra clássica.
O vencedor fará o concerto integral no sábado, dia 08 de outubro, com a Orquestra Gulbenkian, sob a batuta de Pedro Neves. Neste concerto será feita a estreia mundial da peça "Instante", encomendada pela RTP/Antena2 ao compositor Carlos Caires, e será ainda ouvido o poema sinfónico "Vathek", de Luís de Freitas Branco, que é "obra maior da música portuguesa", na opinião de Luís Tinoco.
Para Luís Tinoco, este Prémio e a organização que envolve "avultados e diversos meios", é "uma definição de serviço público" a que acrescentou "a divulgação de repertórios de compositores macionais desde os consagrados às novas gerações".
"Inquestionável serviço público" a que se acrescenta as 18 horas de emissão da RTP/Antena 2, as dezenas de transmissões em direto da RTP/Antena 1, os conteúdos disponibilizados 'on-line' e as transmissões também via Internet, e ainda a transmissão em direto pela RTP2 de três concertos, entre eles o dos laureados, e um em diferido.
NL.
Lusa/fim.