"Desta vez, se eles [Frente de Libertação de Moçambique, partido no poder] provocarem fraude, não vão fazer acordo comigo, terão que fazer acordo com a população moçambicana", afirmou Momade.

O candidato presidencial da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) falava no sábado, num comício, inserido na campanha eleitoral, no distrito de Namuno, província de Cabo Delgado, norte do país.

"Eu não vou aceitar, porque nós não nascemos para estar na oposição", declarou.

Caso vença as eleições presidenciais, Ossufo Momade prometeu o fim da violência armada em Cabo Delgado, protagonizada por ataques de insurgentes, alguns reclamados pelo Estado Islâmico.

Momade também disse que vai acabar com os crimes de raptos que acontecem em algumas cidades do país.

A referência do líder da Renamo a um novo acordo com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) tem a ver com o facto de em agosto de 2019 ter rubricado o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, para pôr fim a surtos de violência armada entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.

Aquela força política nunca aceitou os resultados das eleições, levando a crises que provocaram confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse em julho que 90% dos antigos guerrilheiros da Renamo já recebem pensões, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), ao abrigo do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional.

O processo de DDR, iniciado em 2018, abrange 5.221 antigos guerrilheiros da Renamo, dos quais 257 mulheres, e terminou em junho de 2023, com o encerramento da base de Vunduzi, a última da Renamo, localizada no distrito de Gorongosa, província central de Sofala.

As eleições presidenciais de 09 de outubro vão decorrer em simultâneo com as legislativas e dos governadores e das assembleias provinciais.

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