"Condenamos, como CTA, este ato e mais uma vez pedimos as autoridades que medidas energéticas sejam tomadas para parar com estes atos macabros", disse Vasco Manhiça, vice-presidente da CTA, durante uma conferência de imprensa na terça-feira.

A CTA manifestou "sentimentos de pesar" a família do empresário, considerando que os raptos "minam" o "ambiente de negócios" em Moçambique.

As autoridades de moçambicanas anunciaram, na terça-feira, a detenção de um suspeito de envolvimento no crime.

O corpo do empresário, raptado há mais de uma semana, foi encontrado na terça-feira em Txumene, na província de Maputo, no sul de Moçambique, com ferimentos e sinais de agressão, mas as autoridades alertaram ser prematuro avançar uma causa específica da morte.

O homem foi raptado no dia 14 de dezembro em frente a um dos seus estabelecimentos comerciais no município da Matola, por um grupo armado.

Um vídeo captado por câmaras de vigilância no local do crime mostra o momento exato em que o grupo, composto por quatro homens, arrastou o empresário para uma viatura, em plena luz do dia.

Maputo e outras cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser palco de uma onda de raptos desde 2020, visando principalmente empresários ou seus familiares.

Moçambique registou 13 raptos este ano e 33 detenções ligadas aos crimes, de acordo com os mais recentes dados avançados pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic).

Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início de junho, a procuradora-geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili, referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como África do Sul.

A magistrada referiu existirem vítimas "constantemente chantageadas", mesmo depois de libertadas, a manter o pagamento de quantias em dinheiro para garantir que não voltam a ser raptadas.

LYN // PJA

Lusa/Fim