O Edifício de Mão-de-obra Portuária e de Engenharia e Manutenção fica situado no porto Grande, no Mindelo, ilha de São Vicente, para ser a "casa" dos operadores de estiva da cidade, e foi inaugurado pelo ministro do Mar, Abraão Vicente.

"Quem vê os portos, além das máquinas, tem de ver as pessoas que nela operam, dos estivadores ao conselho de administração", salientou o governante, considerando que a inauguração dá um "sinal positivo" para a forma como se gere as unidades portuárias, porta de entrada para as ilhas.

A obra foi orçada em 65 milhões de escudos (589 mil euros), sendo 35 milhões de escudos (317 mil euros) para as infraestruturas e o restante para os serviços de manutenção e engenharia.

Para o ministro, com a obra a gestora dos portos está a "construir o futuro", dando aos estivadores "todas as condições" logísticas e humanas para o seu acolhimento, convivência e trabalho nas instalações portuárias.

"Estamos a construir um futuro, onde há mais provável necessidade de mais investimentos no futuro, e que poderá levar a Enapor a um processo de parceria público-privada para melhorar a eficiência dos portos e crescimento do porto" considerou, apontando um museu da empresa como outros investimentos futuros.

O presidente da Enapor, Ireneu Camacho, avançou que o edifício conta com três blocos, sendo o primeiro ligado à estiva, outro albergando as oficinas de mecânica, eletricidade e outro com balneários para os operadores de máquina.

Entretanto, alertou que a obra ainda não está completa e futuramente deverão ser construídos um armazém de 'stock' e mais uma oficina para cobrir as necessidades do porto Grande do Mindelo.

De acordo com o relatório mensal de tráfego da Enapor, em abril os portos cabo-verdianos movimentaram 111.598 passageiros no transporte marítimo interilhas, um novo aumento mensal, de 12,6% face ao mesmo mês de 2022.

Segundo os mesmos dados, esse registo representa, ainda assim, uma quebra de 8,5% face a março, mas mantendo-se acima dos 100 mil passageiros mensais desde junho do ano passado.

Os portos cabo-verdianos registaram em agosto passado o recorde histórico de 181.420 passageiros, mantendo assim a recuperação das fortes quebras desde 2020, quando as viagens interilhas de passageiros foram condicionadas pelas medidas para conter a pandemia de covid-19.

Em abril, o movimento de passageiros no porto Grande, o maior do país, representou 38,3% do total e no porto Novo 34,5%, respetivamente nas ilhas vizinhas de São Vicente e Santo Antão.

O porto da Praia, capital do país, registou uma quota de 10,3% do total, com um movimento que desceu para 11.507 passageiros, indica o relatório da Enapor, a que a Lusa teve hoje acesso.

A CV Interilhas, liderada (51%) pela portuguesa Transinsular, do grupo ETE, detém desde agosto de 2019 a concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga por 20 anos, concentrando estas operações.

Em 2022, os portos de Cabo Verde movimentaram um recorde de 1.357.247 passageiros, um aumento de 24,6% tendo em conta os 1.088.626 movimentados em 2021, segundo dados oficiais.

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