
O relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária divulgado esta quarta-feira, indica que, de janeiro a outubro de 2024 foram registados 31.633 acidentes com vítimas, 405 vítimas mortais, 2.304 feridos graves e 37.081 feridos leves no Continente e nas Regiões Autónomas.
Em relação a 2019, o ano de referência para monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030, que foram fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal, registaram-se menos 35 vítimas mortais (-8,9%) e menos 316 feridos leves (-0,8%), mas mais 718 acidentes (+2,3%) e mais 154 feridos graves (+7,2%).
No Continente, registaram-se 30.226 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 392 vítimas mortais, 2.156 feridos graves e 35.484 feridos leves, e face ao mesmo período de 2023, registaram-se menos 18 vítimas mortais (-4,4%) e uma diminuição de 1,39 para 1,30 no índice de gravidade.
Contudo, houve mais 818 acidentes (+2,8%), mais 80 feridos graves (+3,9%) e mais 976 feridos leves (+2,8%).
O relatório salienta que, em comparação com 2023, houve em 2024 um aumento na circulação rodoviária, o que corresponde a um acréscimo no risco de acidentes, de acordo com a informação atualmente disponibilizada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), apesar da diminuição de 1,2% no consumo de combustível rodoviário, segundo dados da Direção-Geral de Energia e Geologia.
A colisão representou a natureza de acidente mais frequente, correspondendo a 53,3% dos acidentes, 40,3% das vítimas mortais e 46,5% dos feridos graves.
Os despistes, que representaram 33,6% do total de acidentes, foram responsáveis por 45,4% das vítimas mortais.
No período em análise, o número de vítimas mortais dentro das localidades (224) foi superior ao apurado fora das localidades (168), e ainda comparativamente a 2019 e a 2023, houve um aumento das vítimas mortais dentro das localidades (+17,9% e +12,6%, respetivamente).
Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 70,8% do total.
Quanto ao tipo de via, 62,4% dos acidentes ocorreram em arruamentos, representando 33,4% das vítimas mortais (+0,8% e +5,6% em relação aos períodos homólogos de 2019 e 2023, respetivamente) e 46,0% dos feridos graves.
Nas estradas nacionais ocorreram 19,9% dos acidentes, com 36,0% das vítimas mortais (+16,5% e +7,6% face a 2019 e 2023, respetivamente) e 29,9% dos feridos graves.
Nas autoestradas, registaram-se menos 14 vítimas mortais e menos 4 feridos graves face a 2019. Em relação a 2023, houve menos 3 vítimas mortais, mantendo-se o número de feridos graves igual.
Das vítimas mortais, 73,5% do total correspondiam a condutores, enquanto 15,1% eram peões e 11,5% passageiros.
Em termos de variações homólogas, nas vítimas mortais, verificaram-se diminuições de 41,6% face a 2019 e de 31,8% face a 2023 nos passageiros, assim como menos 2,0% nos condutores face a 2023.
O relatório salienta também que se verificaram incrementos significativos nos velocípedes (+48,2% face a 2019 e +7,5% comparando com 2023) e nos motociclos (+28,7% e +2,7% perante os mesmos anos), e a ANSR destaca ainda a redução face aos períodos homólogos de 2019 e 2023 nos ciclomotores (-33,1% e -10,4%, respetivamente).
Fiscalização e contra-ordenações
Os dados sobre a fiscalização de veículos e condutores, bem como processos contraordenacionais, indicam que nos primeiros dez meses de 2024 foram fiscalizados presencialmente pelas Forças de Segurança um total de 2,0 milhões de veículos e condutores.
De forma automática, através de radar, pelas Forças de Segurança, pela PML e pela ANSR, a fiscalização incidiu sobre 206,3 milhões de veículos, num total de 208,3 milhões de veículos, um aumento de 54,7% em relação a 2023.
O Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO) da ANSR registou um aumento de 60,0%. Em contrapartida, a PML registou uma diminuição de 42,2%, a PSP de 18,6% e a GNR de 12,2%.
As infrações ascenderam a 1 milhão, o que representa uma diminuição de 6,2% face ao período homólogo do ano anterior, e a taxa de infração global (nº de infrações/nº de veículos fiscalizados) foi de 0,42%, uma diminuição de 36,1% face à taxa de 0,65% registada em iguais meses de 2023.
A tipologia de infrações aponta para que 69,9% do total registado nos dez primeiros meses de 2024 foi referente a excesso de velocidade, que diminuiu 7,1%.
Nas restantes tipologias de infrações, verificaram-se descidas, destacando-se, para além das relativas ao cinto de segurança e à utilização do telemóvel (-35,2% e -23,2%, respetivamente) as relativas aos sistemas de retenção para crianças (-21,2%).
Relativamente à condução sob influência de álcool, de janeiro a outubro de 2024, foram submetidos ao teste de pesquisa de álcool 1,5 milhão de condutores, o que representa uma diminuição de 5,1% face ao período homólogo de 2023.
A taxa de infração (nº de infrações por álcool/nº de testes efetuados) desceu de 1,8% em 2023 para 1,6% em 2024, uma redução de 11,8%.