A cerimónia -- que acontece no ano do 60.º aniversário da APOM - decorreu no Cineteatro Louletano, em Loulé, e foi realizada em colaboração com o Museu Municipal de Loulé e a Câmara Municipal de Loulé.

O principal prémio do palmarés com 26 categorias tinha também como finalista o Museu Municipal Carlos Reis, em Torres Novas, dedicado à história da região, que foi contemplado com uma menção honrosa.

Inaugurado em 1999, no âmbito da criação da Fundação de Serralves, na década anterior, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves foi desenhado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira para os espaços da Quinta de Serralves, adquiridos pelo Estado.

O museu, que abriu com a exposição 'Circa 1968', reunindo obras de arte que exploravam as temáticas e as influências culturais daquela época - como a contestação e a busca por novas formas de expressão artística -, possui uma coleção na qual estão representados alguns dos principais artistas da década de 1960 até à atualidade.

Andy Warhol, Gerard Richter, Joan Miró, Keith Haring, Anselm Kiefer, Ana Mandieta, Steve McQueen, Richard Serra, Cindi Sherman, Jon Baldessari, Dennis Oppenheim e Wolfgang Tillmans são alguns dos criadores estrangeiros representados.

Entre os artistas portugueses destacam-se Paula Rego, Helena Almeida, António Palolo, Manuel Casimiro, Lourdes Castro, Julião Sarmento, Álvaro Lapa, Fernando Calhau, Alberto Carneiro e Albuquerque Mendes.

No ano passado, quando completava 30 anos, o Museu de Serralves aumentou o espaço expositivo com a inauguração da nova Ala Álvaro Siza, projetada pelo arquiteto, e expandiu o seu acervo com o depósito de mais arquivos, como os do artista Julião Sarmento e do colecionador e galerista Mário Teixeira da Silva.

Situado no Parque de Serralves, o museu, que na sua disposição estabelece um diálogo com a Casa de Serralves e os jardins envolventes, possui 14 salas de exposições distribuídas por três pisos, com biblioteca, livraria e auditório.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da APOM, João Neto, indicou que o júri - composto pelos membros dos órgãos sociais da associação -- justificou a escolha pela "excelência da apresentação das obras da Coleção de Serralves", a par da "qualidade da visão do museu e o seu impacto na sociedade" portuguesa.

"O palmarés da APOM é o único que, neste setor, distingue a atividade dos museus não apenas das grandes cidades, mas de todo o país, percorrendo anualmente o território para celebrar a importâncias destes espaços culturais e do trabalho dos seus profissionais na preservação e divulgação do património", sublinhou o historiador e diretor do Museu da Farmácia, em Lisboa.

A APOM, fundada em 1965, recebeu este ano 125 projetos candidatos aos prémios, provenientes de todo o país.

O Prémio Museu do Ano é um dos principais atribuídos pela associação, distinguindo, entre outras áreas, a melhor intervenção e restauro, melhor exposição, parceria, projeto internacional, coleção visitável, colecionador, mecenas e investigação.

Na cerimónia esteve presente o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vitor Aleixo, entre outros convidados, e cerca de duas centenas de profissionais do setor dos museus e museologia, segundo a organização.

Todos os premiados receberam uma escultura alusiva ao prémio criada pelo artista plástico Fernando Quintas, inspirada na escultura 'Biblioteca Specularis', concebida para a exposição coletiva 'Within Light/Inside Glass, an intersection between Art and Science' realizada em Veneza, em 2015.

No ano passado, o prémio Museu do Ano foi para o Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.