
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,95%, voltando a fechar acima dos 20 mil pontos -- nos 20.087,19 --, depois de ter chegado a estar a recuar 3,6% durante a sessão.
O tecnológico Nasdaq avançou 2,30%, para as 7.150,58 unidades, suportado designadamente nas progressões de Netflix (5,25%), Facebook (4,20%), Amazon (2,78%) e Alphabet, a holding da Google, que ganhou 1,88%.
O alargado S&P500 ganhou 0,47%, para os 2.409,39 pontos.
Para o dia positivo da praça nova-iorquina contribuiu a forte recuperação do preço do petróleo em Nova Iorque, que avançou 24%, o que permitiu à ExxonMobil fechar com uma cotação superior em 3,99% à da véspera e à Chevron 4,23%.
O dia de hoje contrastou com o de quarta-feira, em que o Dow Jones perdeu 6,30%, por os investidores estarem alarmados com as consequências económicas das medidas drásticas de confinamento postas em prática para lutar contra a propagação do novo coronavírus.
A doença já provocou pelo menos 9.827 mortos no mundo, desde que apareceu em dezembro, segundo um balanço estabelecido pela AFP a partir de fontes oficiais e com referência às 19:00 de hoje, em Lisboa.
Os bancos centrais, entretanto, têm apresentado medidas para procurar apaziguar os investidores.
O Banco Central Europeu, por exemplo, apresentou ao fim de quarta-feira um plano de urgência de 750 mil milhões de euros.
A Reserva Federal, que tem injetado centenas de milhares de milhões de dólares desde há vários dias para garantir que os operadores possam aceder sem problemas a liquidez nos mercados financeiros, anunciou, também na noite de quarta-feira, um novo mecanismo de apoio aos fundos comuns de colocação no mercado monetário, para evitar um cenário catastrófico como em setembro de 2008.
Entretanto, os congressistas e a Casa Branca estão a negociar um plano de relançamento económico de mil biliões (milhão de milhões) de dólares (936 biliões de euros).
Mas os investidores continuam retraídos.
"É encorajador ver uma recuperação depois de a sessão ter começado em baixa, é o sinal técnico de que todos os que queriam vender estão esgotados e que o mercado pode evoluir em alta durante alguns dias", considerou Sam Stovall, de CFRA.
"Mas uma subida por reflexo não significa o fim da queda dos índices", acrescentou.
Por seu turno, Keith Buchanan, gestor de investimentos na Globalt, realçou que "os investidores procuram digerir dia a dia, minuto a minuto, todos os dados sobre o avanço do coronavírus e a evolução nos países onde ocorreram os primeiros casos".
"E os investidores questionam-se se se pode combater o vírus e contar os desgastes económicos com meios monetários, orçamentais e sanitários de que dispomos", acrescentou.
Para Keith Buchanan, "a ironia em tudo isto é que o meio que parece mais eficaz para conter o vírus, o confinamento (como em Itália e em França), é o que teria as consequências mais devastadoras".
"Não podemos dizer como é que isto vai acabar, é inédito e é por isso que o mercado está tão histérico", concluiu Buchanan.
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