
O partido Chega foi responsável por 81% dos conteúdos desinformativos partilhados nas redes sociais durante as últimas eleições legislativas, segundo um estudo da Universidade da Beira Interior (UBI), em parceria com a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
Entre 7 de abril e 19 de maio, o laboratório de investigação em Ciências da Comunicação da UBI monitorizou 4.514 publicações das páginas oficiais dos partidos políticos nas principais plataformas digitais Instagram, Facebook, X, TikTok e YouTube.
O PS, PSD e CDS registaram apenas uma ocorrência cada, representando 19% do total de desinformação detetada.
O relatório aponta para um aumento de 160% de conteúdos falsos em comparação com as eleições europeias de 2024. No total, foram identificados 16 casos de desinformação ligados diretamente às páginas oficiais, dos quais nove estão sob investigação pela ERC.
Apesar deste crescimento, o coordenador científico do estudo, João Canavilhas, referiu à Lusa que “não há um nível de desinformação preocupante”. Cerca de 44% dos conteúdos apresentavam baixo potencial desinformativo, facilmente desmentidos. Já 37,5% foram classificados com potencial médio e 18,8% como de alto risco.
Os formatos mais utilizados para divulgar desinformação são os vídeos manipulados, através de montagens ou edições, superando imagens estáticas.
Entre os tipos de desinformação, as sondagens falsas ou de entidades não registadas na ERC foram as mais frequentes (31,1%), seguidas por conteúdos de falsos órgãos de comunicação (25%) e vídeos manipulados ou publicações que visam descredibilizar os media (ambos com 18,8%).
O estudo analisou a atividade digital dos nove partidos com assento parlamentar e pretendeu identificar os principais fenómenos de desinformação nas eleições legislativas de 2025.
Com LUSA