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Faustino Raúl, 37 anos, ajudou a enterrar um homem degolado junto à aldeia onde vivia antes de fugir de Quissanga, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
"Ainda tenho medo. Aqueles, se me apanhavam, degolavam-me logo como um cabrito. Eu vi uma pessoa degolada na aldeia vizinha, que depois enterrámos", conta à Lusa no tom próprio de quem tão depressa não esquece o que viu.
Hoje, o antigo carpinteiro de Quissanga é um dos 10.000 deslocados dos campos de acomodação onde estão instaladas centenas de tendas, em Metuge, junto à capital provincial, Pemba.