
"Consumir o produto nacional é ser parte deste processo [de desenvolvimento da agricultura]. Nós vamos produzir e vamos produzir a sério. Deixem de comprar a cebola do vizinho, enquanto temos nós cebola aqui", disse Filipe Nyusi.
O chefe de Estado falava durante o lançamento da campanha agrícola 2020/2021 em Cuamba, na província do Niassa, norte de Moçambique.
Para Filipe Nyusi, o desenvolvimento da agricultura em Moçambique exige o envolvimento de toda a sociedade e o apoio aos pequenos agricultores passa pela criação de cadeias de valor dentro do país, estratégias que valorizem a produção interna.
"Cada um de nós deve empenhar-se, à sua maneira, para o desenvolvimento da agricultura , no campo como na cidade", frisou.
Com o lançamento em 2017 do "Sustenta", programa que visa dotar os pequenos agricultores de capacidade, sementes, financiamento e estratégias de produção, o Presidente moçambicano espera que a nova campanha agrícola seja diferente da anterior, marcada pela violência armada em alguns pontos do centro e do norte do país, pela pandemia e por dois ciclones, que devastaram mais de 900 mil hectares de culturas.
"A campanha agrícola que está a terminar foi atípica. A pandemia veio aumentar os desafios que o país tinha. Ela aparece numa altura em que estávamos a trabalhar para recuperar o que o país perdeu por causa dos ciclones Kenneth e Idai", afirmou.
Como forma de resistir aos altos índices de pobreza e à desnutrição crónica, a maior parte da população moçambicana, que vive em zonas rurais, recorre à agricultura de subsistência como único meio de sobrevivência.
O Governo moçambicano, que definiu a agricultura como uma prioridade da economia moçambicana, tem apontado a industrialização do setor e aposta na comercialização como um dos seus principais desafios.
Segundo dados oficiais, só de investimento público para a nova campanha agrícola, o Governo vai disponibilizar um total de 12 mil milhões de meticais (140 milhões de euros).
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