
Ao intervir na cerimónia de apresentação de cumprimentos de ano novo pelo presidente da Assembleia Nacional e pelo primeiro-ministro, que decorreu esta manhã no Palácio Presidencial, Jorge Carlos Fonseca reiterou o apelo à "consciencialização" do povo cabo-verdiano para cumprir as regras para travar a transmissão da covid-19.
"Que possamos ter a breve trecho a possibilidade de aplicação da vacina contra a covid-19 e que possamos então criar a condições, os pressupostos, para que o país retome os caminhos do progresso económico e social, tão importantes para que Cabo Verde possa realizar a missão de ser, num prazo que não seja longo, um país verdadeiramente desenvolvido", exortou.
Devido à pandemia e a necessidade de mitigar as suas consequências, o chefe de Estado cabo-verdiano reconheceu a intensa produção legislativa de 2020, muita da qual carece de promulgação pelo Presidente da República. Mas apontou também a necessidade de incluir numa eventual próxima revisão constitucional o alargamento do prazo para pedir a fiscalização da constitucionalidade pelo Presidente da República aos diplomas legais, que é de apenas oito dias.
Esta foi a última cerimónia de apresentação de cumprimentos de ano novo a Jorge Carlos Fonseca, que está a cumprir o último ano do segundo mandato, que termina em outubro próximo. Antes disso, está prevista a realização, no primeiro trimestre deste ano, de eleições legislativas, ainda não convocadas.
Apontando os "valores de democracia" de 30 anos, que os cabo-verdianos já "interiorizaram" e essa "experiência acumulada", Jorge Carlos Fonseca garantiu que a realização de eleições legislativas nos prazos previstos não está em causa, apesar da pandemia.
"Mesmo numa situação de epidemia, nós saberemos encontrar as melhores respostas para uma participação digna dos cabo-verdianos na escolha dos seus lídimos representantes no parlamento nacional", afirmou.
Na apresentação de cumprimentos, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reconheceu que 2020 foi um ano "muito difícil" a todos os níveis, mas elogiou o "bom combate" que tem sido dado à pandemia e que 2021 "é um ano de novas esperanças"
Reafirmou também que estão a ser "criadas as condições" para introduzir a vacina contra a covid-19 no arquipélago, para os grupos prioritários, durante o primeiro trimestre.
"O combate é duro, mas estamos determinados", afirmou Ulisses Correia e Silva, assumindo o emprego, a proteção social e a saúde como prioridades de 2021, em plena crise económica provocada pela pandemia.
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