"Há um processo em curso muito auspicioso e que poderá rapidamente [permitir] que no pós-pandemia possamos reforçar as relações comerciais entre os países africanos, o que poderá também alavancar o processo de crescimento e desenvolvimento do continente", perspetivou José Maria Neves.

O chefe de Estado cabo-verdiano falava à imprensa, na cidade da Praia, no início de uma visita de três dias, a sua primeira, às instalações da Forças Armadas, instituição em que é o comandante supremo.

José Maria Neves notou que África tem "enormes potencialidades" e sublinhou o "esforço grande" da União Africana no sentido da modernização e transformação do continente.

Apesar de ainda serem muito reduzidas, o chefe de Estado cabo-verdiano afirmou que há um processo em curso para aumentar as trocas comerciais entre os países africanos, sendo a zona de comércio livre é um "recurso estratégico" no processo.

Cabo Verde tornou-se o 41.º Estado-membro a depositar o instrumento de ratificação do Acordo de Criação da Área de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), anunciou no domingo a União Africana (UA), no último dia da cimeira anual que aconteceu em Adis Abeba, na Etiópia, em que José Maria Neves foi um dos participantes.

O acordo que estabelece o AfCFTA foi assinado por 54 Estados-membros da UA, sendo que 41 Estados-membros da UA são também Estados partes no Acordo, em virtude dos seus depósitos dos instrumentos de ratificação do Acordo, o que demonstra "uma vontade política inequívoca de alcançar a integração do mercado em África".

No domingo, o secretário-geral do secretariado do AfCFTA, Wamkele Mene, expressou o seu agrado e deu as boas-vindas a Cabo Verde por se ter tornado Estado-parte.

Ao abrigo do AfCFTA, os países africanos comprometeram-se coletivamente a liberalizar substancialmente todo o comércio através da eliminação de tarifas em 97% das linhas pautais - durante um período de 13 anos a partir do início da implementação.

RIPE (SMM) // JH

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