"Essa operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e de melhoria de aplicação do capital da companhia, que passa a concentrar os seus recursos em ativos em águas profundas e ultraprofundas, nos quais a Petrobras tem um grande diferencial competitivo há anos", explicou a petrolífera em comunicado.

Além dos 51% das ações que possui na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), a Petrobras informou que está a preparar também a venda da sua participação de 25% na Transportadora Sulbrasileira de Gás S.A. (TSB), que opera uma rede de gasodutos no sul do país.

O gasoduto entre a Bolívia e o Brasil está em operação desde 1999, tem 2.593 quilómetros e tem capacidade para transportar até 30 milhões de metros cúbicos de combustível por dia.

É um dos principais canais de abastecimento de gás para o estado de São Paulo, o mais industrializado e rico do país, embora a dependência do combustível boliviano tenha diminuído nos últimos anos, em grande parte devido aos investimentos da própria Petrobras.

O programa de desinvestimentos da Petrobras foi anunciado em 2015, como fórmula para enfrentar o elevado endividamento da empresa e a queda dos preços do petróleo, a que se somou o impacto do gigante escândalo de corrupção descoberto na empresa em 2014 pela operação como Lava Jato.

O ambicioso plano, no entanto, ficou paralisado este ano devido à pandemia do novo coronavírus e, até agora, no corrente ano, a empresa obteve apenas mil milhões de dólares (cerca de 820 milhões de euros) com a venda de ativos que estavam na sua lista de desinvestimentos.

O valor recebido este ano por essas operações é ínfimo, já que as metas do plano de desinvestimentos da Petrobras para o período 2020-2024 visam desfazer-se de ativos não estratégicos por um valor entre os 20 mil milhões e 30 mil milhões de dólares (16,3 mil milhões e os 24,5 mil milhões de euros).

MYMM // JH

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