Marcelo Rebelo de Sousa assumiu esta sua perspetiva numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro, António Costa, e com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no final da XIII cimeira da CPLP, em Luanda.

Interrogado sobre a ideia lançada pelo Presidente angolano, João Lourenço, no sentido de a prazo ser criado um banco de investimentos da CPLP, o chefe de Estado português realçou que, em primeiro lugar, é preciso ver quais são os contornos dessa proposta.

"Mas pode ser uma proposta com virtualidades. Isto é, se houve uma conjugação de países que aparecerem nesta cimeira, esse é outro aspeto muito importante", apontou Marcelo Rebelo de Sousa, referindo-se neste contexto ao papel do Brasil, que nesta cimeira de Luanda se fez representar pelo seu vice-presidente, general Hamilton Mourão.

"O Brasil teve uma intervenção nesta cimeira ainda mais afirmativa [pela CPLP] do que em intervenções em cimeiras anteriores. Recordam-se que o Brasil tinha tido como anfitrião uma cimeira em Brasília em 2016. Depois, o então Presidente brasileiro [Michel Temer] tinha estado em Cabo Verde já em cessação de funções, atravessando um período de sucessão" política, indicou Marcelo Rebelo de Sousa.

Agora, de acordo com o Presidente da República, "pareceu com uma intervenção muito clara de aposta na CPLP, com ideias muito claras e estruturadas".

Neste contexto, o chefe de Estado português admitiu o cenário de, a partir da proposta de João Lourenço, se "conjugarem investimentos significativos do Brasil, de economias africanas emergentes da CPLP, de Portugal, mas também com a contribuição de fundos europeus".

"Pode haver um campo novo a ser pensado na sequência da primeira ideia lançada pelo Presidente João Lourenço", sustentou o Presidente da República.

 

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