O Governo previa receitas brutas de jogos de fortuna e azar na ordem dos 130 mil milhões de patacas (14,3 mil milhões de euros), contudo, devido às políticas rígidas de combate à pandemia, o motor da economia do território permanece praticamente paralisado.

Até outubro, as receitas dos jogos rondaram apenas os 72,1 mil milhões de patacas (7,9 mil milhões de euros) e as autoridades antecipam "para os restantes meses do ano corrente que as perspetivas para as receitas das finanças públicas sejam difíceis de ser otimistas".

Esta nova alteração à Lei do Orçamento de 2021, submetida com caráter de urgência à Assembleia Legislativa, prevê a utilização de verbas da reserva extraordinária, no valor de 6,3 mil milhões de patacas (692 milhões de euros).

Desde o início da pandemia, em 2020, e a concretizar-se esta nova ida ao 'cofre', o Governo de Macau já injetou cerca de 90,8 mil milhões de patacas (9,9 mil milhões de euros).

No dia 04 de novembro, a Assembleia legislativa aprovou a utilização de verbas da reserva extraordinária, no valor de 2,3 mil milhões de patacas (248 milhões de euros) para disponibilizar os recursos financeiros para implementar as medidas de apoio.

Em abril, o Governo de Macau já tinha ido à reserva buscar 9,1 mil milhões de patacas (979 milhões de euros), sendo que o primeiro orçamento para 2021 já contemplava a injeção extraordinária de 26,6 mil milhões de patacas (2,8 mil milhões de euros).

A economia de Macau depende quase em exclusivo do turismo e do jogo em casino.

Do valor bruto das receitas do jogo, 35% vão para os cofres do território.

O jogo representa cerca de 80% das receitas do Governo e 55,5% do PIB de Macau, numa indústria que dá trabalho a mais de 80 mil pessoas, ou seja, a 17,23% da população empregada.

Até setembro, Macau registou 5.755.528 de visitantes, quando em média entravam no território três milhões por mês, no período pré-pandémico.

Em todo o ano de 2019, Macau contabilizou quase 40 milhões de visitantes.

No início do ano, havia a expetativa na revitalização do turismo chinês com o regresso dos vistos individuais.

Macau registou apenas 77 casos desde o início da pandemia da covid-19 e continua a manter fortes restrições fronteiriças e a exigir quarentenas obrigatórias à entrada no território, que podem durar até 35 dias.

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