Alckmin, que assumiu hoje a liderança do Ministério da Indústria e Comércio, cargo que dividirá com a vice-presidência, incentivou a iniciativa privada, em seu primeiro discurso no cargo, a participar ativamente dos projetos de reindustrialização do país, que agrega mais valor à produção e às exportações brasileiras.

Conforme explicou, a participação da indústria de transformação no comércio externo brasileiro hoje está limitada a 30%, quando na década de 1980 chegava a quase 60%, sendo o restante composto pela venda de matérias-primas.

"O processo de desindustrialização do país é precoce e grave, joga contra o presente e põe em risco o futuro", razão pela qual Alckmin considerou que é necessário "desenvolver com urgência uma política moderna de desenvolvimento industrial", que deve ser "acordada com os empresários".

Para o ministro e vice-presidente, essa nova política deve levar em conta todos os imperativos impostos pela realidade mundial e também promover "o uso de tecnologias limpas, para se chegar a um processo produtivo seguro e sustentável".

Alckmin garantiu que, para essa reindustrialização, o setor privado poderá contar com linhas de crédito de bancos estatais, que "vão financiar o desenvolvimento económico e social através de um processo que estimule a indústria nacional".

O representante do Governo brasileiro explicou que esse processo levará a uma maior presença do país no cenário internacional e principalmente no setor de manufaturados, no qual o Brasil tem uma participação global escassa de 0,5%.

"Os manufaturados têm um valor sete vezes maior que os produtos agrícolas", declarou Alckmin, acrescentando que aumentar a presença do Brasil nesse setor do comércio mundial será um dos grandes desafios do Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse no domingo.

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