De acordo com a comunicação ao mercado, na sequência da decisão de concentrar as atividades de refinação no complexo de Sines, descontinuando as operações de refinação em Matosinhos a partir deste ano, e de acordo "as melhores estimativas atuais", a Galp registou 35 milhões de custos de restruturação, bem como imparidades e provisões no montante de 247 milhões, "todos considerados como eventos não recorrentes", num total após impostos de 200 milhões.

Assim, a empresa já gastou 35 milhões de euros com a reestruturação e reservou 247 milhões de euros (os dois valores antes de impostos) para os custos que terá com o descomissionamento da operação em Leça da Palmeira, Matosinhos.

"A empresa está neste momento a definir um plano de descomissionamento detalhado, assim como a avaliar alternativas de utilização para o complexo", refere a informação enviada à CMVM.

A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano, uma decisão que põe em causa cerca de 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos.

A empresa apresentou em 2020 um resultado negativo em 42 milhões de euros, comparando com os 560 milhões de lucros conseguidos no ano anterior, valores que mostram os desafios impostos ao setor pela pandemia, segundo os dados revelados pela Galp.

De acordo com os valores comunicados à CMVM, no quarto trimestre do ano o resultado líquido ajustado caiu 98% em termos homólogos para três milhões de euros.

Os dados indicam ainda que a empresa reviu as perspetivas para este ano e vai propor um dividendo de 35 cêntimos por ação aos acionistas.

MPE // JNM

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