
No passado mês de junho, um Boeing 787 da Air India caiu numa zona residencial perto do aeroporto de Ahmedabad, minutos após a descolagem. A bordo seguiam mais de 240 pessoas, das quais apenas um passageiro sobreviveu — o ocupante do lugar 11A. Cerca de um mês depois, um relatório preliminar revelou que os interruptores de combustível dos motores do avião passaram de “ligados” para “desligados” com poucos segundos de diferença entre si, deixando os motores sem combustível.
“A aeronave atingiu a velocidade máxima registada de 180 nós IAS por volta das 08:08:42 UTC e, imediatamente a seguir, os interruptores de corte de combustível do Motor 1 e do Motor 2 passaram da posição RUN [Ligado] para a posição CUTOFF [Desligado], um após o outro, com um intervalo de 1 segundo", refere a investigação, citada pela BBC.
Durante a descolagem, segundo a gravação de voz do cockpit, um dos pilotos terá perguntado ao outro por que motivo desligou o motor, ao que este respondeu que não o tinha feito.
Os interruptores foram colocados novamente na posição normal, começando a ligar os motores; um motor estava a recuperar força quando o avião caiu, e o outro ainda não tinha recuperado.
No momento da descolagem, quem pilotava era o copiloto, enquanto o comandante estava a acompanhar e supervisionar.
Nesta fase da investigação, o relatório não aponta para qualquer recomendação dirigida aos operadores ou fabricantes do Boeing 787-8 ou dos motores GE GEnx-1B, o que sugere que não foram detetadas falhas importantes na aeronave ou nos motores. A investigação prossegue, mas o foco está agora nos procedimentos adotados pelos pilotos.
Amostras de combustível são "satisfatórias"
O relatório preliminar conclui que o combustível usado no avião da Air India era satisfatório. Os especialistas tinham apontado a contaminação como possível causa do acidente, mas até agora não há provas disso.
Foram recolhidas amostras muito limitadas de outras partes da aeronave, que ainda vão ser analisadas.
Air India expressa solidariedade às famílias e vítimas
A Air India manifestou solidariedade para com as famílias e os afetados pelo acidente do voo AI171, reafirmando o seu compromisso em prestar apoio durante este período difícil, através de um comunicado divulgado nas redes sociais.
A companhia confirmou a receção do relatório preliminar divulgado a 12 de julho de 2025 pelo Gabinete de Investigação de Acidentes de Aviação (AAIB) e garantiu que está a colaborar com as autoridades e reguladores na investigação.
Por se tratar de um inquérito ainda em curso, a Air India não fará comentários sobre detalhes específicos, remetendo todas as questões para o AAIB.
Das 242 pessoas a bordo, 241 morreram. As restantes vítimas encontravam-se em terra, tornando este o acidente de aviação mais mortífero do mundo na última década.