
A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil no ano passado foi cerca de um milhão de toneladas menor do que a de 2020 (254,1 milhões de toneladas), até agora a maior da história do país, um dos maiores fornecedores mundiais de alimentos, segundo projeções divulgadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o órgão de estatísticas do Governo Federal.
Essa colheita recorde de grãos em 2020 foi 5,2% superior à de 2019 (241,5 milhões de toneladas), que também já havia sido histórica, pelo que a leve queda na produção em 2021, provocada pelas condições climáticas desfavoráveis, impediu que o país registasse três anos consecutivos de produção recorde.
Inicialmente, o IBGE projetava uma produção recorde de 262,2 milhões de toneladas para 2021, mas a seca prolongada no primeiro semestre e as geadas que o país sofreu em junho e julho acabaram por causar um impacto negativo na colheita.
Contudo, a produção deve reagir este ano, com uma melhoria das condições climáticas, pelo que o Governo já prevê um aumento de 24 milhões de toneladas na safra de 2022, para 277,1 milhões de toneladas, um novo recorde, o que equivale a um aumento de 9,4% face a 2021.
O gerente de estudos sobre agricultura do IBGE, Carlos Barradas, explicou que esse forte aumento na produção se deverá ao facto de os produtores terem conseguido plantar a soja, principal produto do país, no momento mais adequado.
"Ao contrário de 2021, quando atrasaram o plantio da soja, para 2022 os produtores anteciparam o plantio e o fizeram de forma acelerada, aproveitando assim os grandes volumes de chuva que caíram nas principais regiões produtoras no final do ano passado", explicou.
Com isso, a colheita de soja projetada para este ano atingirá o recorde de 138,3 milhões de toneladas, com aumento de 2,5% ou de 3,3 milhões de toneladas em relação à de 2021. Pela primeira vez, a produção de soja será equivalente a quase metade de toda a colheita brasileira de grãos.
O Instituto prevê ainda que a produção de milho em 2022 também será recorde e chegará a 108,9 milhões de toneladas graças a um aumento de 11,2% na produção do primeiro ciclo e de 29,4% na do segundo ciclo.
Por outro lado, a produção de arroz cairá 4,9%, a de feijão 0,9% e a de trigo 7,4%.
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