
Dados do Centro Nacional do Clima revelaram que, entre 01 de janeiro e 06 de maio, as regiões de Guangxi (sul), Anhui (leste) e Jiangsu (leste) registaram o maior número médio de dias de seca desde que se iniciaram os registos em 1961.
No norte do país, a bacia do rio Amarelo, a segunda maior bacia hidrográfica da China, registou um défice de precipitação de cerca de 30% abaixo da média, com uma redução de 40% em algumas partes do seu curso médio.
A quantidade total de água armazenada em cinco grandes reservatórios do rio é atualmente inferior ao volume registado no mesmo período do ano passado, de acordo com a imprensa local.
As autoridades afirmaram que a seca está a afetar o crescimento das culturas, em especial do trigo, nas províncias do norte e do centro, como Hebei, Henan, Shanxi e Shaanxi.
No sudeste do país, na bacia do rio das Pérolas, cujo delta alberga grandes cidades como Cantão, Shenzhen e Zhuhai, a diminuição da precipitação começou a sentir-se em novembro passado.
Na bacia do rio Xijiang, um dos seus afluentes, a precipitação média foi de 193 milímetros este ano, o que representa um declínio de 50% em relação ao ano anterior e o valor mais baixo desde que há registos.
Em meados de abril, mais de dois milhões de quilómetros quadrados do território chinês apresentavam condições de seca moderada ou grave, dos quais cerca de 477.000 quilómetros quadrados enfrentavam uma seca considerada extrema, informou o jornal local Yicai.
Os meteorologistas do Centro Nacional do Clima, citados pelo Yicai, previram que a seca persistirá em províncias como Henan (centro), Jiangsu (leste) e Shaanxi (centro), com possíveis repercussões nas colheitas e um elevado risco de incêndios florestais.
O Ministério dos Recursos Hídricos anunciou que vai reforçar a monitorização e a previsão meteorológica, bem como otimizar o planeamento para garantir o abastecimento de água nas bacias hidrográficas afetadas.
Em abril passado, a seca já tinha afetado 400.000 pessoas e causado problemas de abastecimento de água potável e de irrigação na região sul de Guangxi.
No verão de 2022, várias zonas do país asiático sofreram uma seca que levou províncias dependentes da energia hidroelétrica, como Sichuan (centro), a restringir a utilização de energia por algumas indústrias.
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