As previsões são estabelecidas tendo em conta quatro cenários relativos ao número de visitantes do território, de acordo com o estudo do Centro de Estudos de Macau e o departamento de economia da UM.

Esses quatro cenários, para aquela que é praticamente a única indústria no território, são determinantes para os diferentes crescimentos do PIB, exportações de serviços, da despesa de consumo privado, na formação bruta total de capital fixo, na inflação, salário mensal médio, taxa de desemprego e receitas governamentais, indicaram.

Caso o território acolha 9,9 milhões de visitantes, a UM prevê um crescimento no PIB de 3,6%, 13,8 milhões de visitantes a (+15,3% de PIB), 17,7 milhões de visitantes (+26,2%) e com 21,7 milhões de visitantes (+37,9%).

Em 2021, apesar do crescimento de 31% dos visitantes em relação ao ano anterior, o território recebeu menos cerca de 80% do que no último ano antes da pandemia, em 2019, altura em que acolheu quase 40 milhões de visitantes.

"Macau sofreu uma grave contração económica em 2020, seguida de uma recuperação sem brilho em 2021", indicou a UM, acrescentando que apesar de o Governo ter implementado medidas para as pequenas e médias empresas, estas "são confrontadas com uma falta de procura, e sem uma fonte estável de visitantes, não são capazes de gerar um rendimento estável".

"Por conseguinte, o governo ainda tem de enfrentar a questão de como acelerar o processo de vacinação em Macau, para que as medidas de controlo do turismo possam ser flexibilizadas o mais rapidamente possível e os turistas possam regressar", lê-se.

Na segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional considerou, na análise anual à economia de Macau, que o território deverá crescer 15% este ano, depois da recessão económica de 2020 causada pelos efeitos da pandemia de covid-19.

"Apesar do forte apoio orçamental e da solidez financeira dos grupos dos casinos, que amorteceram o impacto sobre o emprego e o consumo, o PIB agregado diminuiu 54% em 2020, devido, sobretudo, ao colapso das exportações de serviços, o que evidencia a vulnerabilidade da economia da Região Autónoma de Macau às forças externas que afetam o fluxo de entrada de turistas, como as restrições de viagem relacionadas com a pandemia", lê-se na análise anual do FMI à economia de Macau, feita ao abrigo do Artigo IV.

"Estima-se que a economia tenha crescido 17% em 2021 graças à recuperação parcial do setor do jogo", acrescenta-se no texto, que dá conta de um "crescimento do PIB para 2022 em 15%, decorrente da retoma gradual do turismo estrangeiro e da recuperação da procura interna".

"A crise tornou bastante evidente a dependência excessiva de Macau do setor do jogo; este setor -- o principal motor do crescimento nas duas últimas décadas -- quase cessou com a diminuição acentuada dos fluxos turísticos" decorrentes das medidas de confinamento e combate à propagação da pandemia.

Entre os principais riscos apontados pelo FMI estão "uma nova intensificação da pandemia e um aumento das tensões no setor financeiro", e os analistas recomendam que as autoridades aprofundem os esforços para garantir a diversificação económica no território.

MIM (MBA) // JH

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