Três óbitos foram registados na província de Nampula, zona norte, a primeira a ser fustigada pela intempérie.

"A maior parte das mortes foram causadas por desabamento de paredes", disse hoje à Lusa Alberto Armando, delegado do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) em Nampula.

Na província de Tete, seis óbitos foram reportados na terça-feira, com a subida de caudal dos rios nos distritos de Macanga e Tsangano, segundo o governador, Domingos Viola, num balanço provisório - sendo que, já hoje, o governo anunciou a morte do administrador do distrito de Tete, José Mandere.

Na província da Zambézia, duas pessoas morreram arrastadas pela corrente do rio Licungo, na segunda-feira, em Mocuba, e mais dois óbitos foram notificados na terça-feira pelo INGD a partir da província de Manica, um dos quais devido ao desabamento da parede de uma habitação.

As inundações provocadas pela tempestade tropical Ana afetaram 20.671 pessoas, causando 54 feridos e a destruição total ou parcial de 3.895 casas, seis unidades hospitalares e 77 salas de aula, afetando 2.266 alunos, de acordo com os últimos dados do INGD.

A organização não-governamental (ONG) portuguesa Oikos, que trabalha na região afetada, nota que há grandes prejuízos para a agricultura de subsistência, com mais de 2.000 hectares de campos alagados.

"As principais culturas desta altura são a base principal da alimentação das famílias camponesas, o que significa o agravamento da fome durante os próximos meses", nota a ONG.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho anunciou 140.041 francos suíços (cerca de 134.000 euros) de um fundo de emergência para preparar no terreno ações de apoio a 20 mil pessoas.

Moçambique enfrenta a época ciclónica sazonal e a tempestade tropical Ana - que, entretanto, perdeu força e se transformou numa depressão - foi a primeira a atingir o país.

LYN (LFO)//

Lusa/Fim