"Baixámos a nossa previsão de crescimento do PIB em 0,3 pontos percentuais, para 3,4% em 2020, para refletir o impacto negativo dos desafios de segurança em certos distritos das regiões norte e centro de Moçambique", escrevem os economistas deste banco sul-africano.

No relatório mais recente sobre as economias africanas, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, o Standard Bank acrescenta: "Depois, com os investimentos no gás natural a ganharem fôlego, provavelmente a partir do segundo semestre, prevemos que o PIB acelere para 4,1% no próximo ano".

A violência no norte e centro do país fez também baixar a previsão de crescimento do PIB no ano passado, em 0,2 pontos percentuais, para 2,3%, mas a partir de 2024 a expansão económica deverá ser maior que 10% por ano, descendo para cerca de 4% a longo prazo.

"A capacidade institucional limitada, as deficiências na facilidade de fazer negócios, as limitadas qualificações da mão de obra e a falta de um setor privado vibrante podem limitar a participação nos projetos de gás natural liquefeito, o que coloca riscos a estas previsões de longo prazo", alertam os analistas.

"Uma mudança de mentalidade e melhor alocação de recursos poderiam sustentar um crescimento económico mais inclusivo", o que é crítico para quase metade da população, que vive com menos de 1,90 dólares por dia, conclui-se no documento, que coloca a dívida pública nos 106,8% do PIB este ano e 101,6% em 2021.

MBA // JH

Lusa/Fim