
"O nosso foco agora é reduzir a desnutrição, então as nossas ações visam contribuir para que haja um compromisso por parte do Governo moçambicano para alocar mais recursos ", disse hoje à Lusa Mércia Tembe, da FDC.
Um estudo realizado pela Plataforma da Sociedade Civil revela que de 2010 a 2019 o Estado moçambicano disponibilizou em média, por criança, 0,013% das despesas totais do Orçamento do Estado (OE) para o combate à desnutrição.
A FDC quer que o Governo moçambicano aumente o orçamento para pelo menos 1,1% por criança, o correspondente a 10 dólares (cerca de nove euros), como propõe o Banco Mundial.
"É necessário que o Governo assuma este compromisso. A FDC tem estado a trabalhar para influenciar os fazedores de políticas até as pessoas que tomam as decisões no sentido de incrementar o orçamento para nutrição", frisou Mércia Tembe.
A organização sugere ainda que "todo o investimento público e privado tenha uma componente de nutrição e segurança alimentar" para reduzir os índices no país.
Esta é a segunda organização da sociedade civil que defende mais financiamento ao combate à desnutrição crónica no país.
Em 29 de janeiro, a Plataforma da Sociedade Civil para o Movimento Expandindo a Nutrição em Moçambique disse que as verbas alocadas pelo Estado são insuficientes para cobrir as necessidades do país.
Dados do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional de Moçambique indicam que 43% das crianças até aos cinco anos no país enfrentam desnutrição crónica.
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