
Fernando Mandinga da Fonseca, da coordenação da Frente Popular, plataforma que junta sindicatos e organizações juvenis, disse que a manifestação terá igualmente como finalidade "lutar contra a ditadura que se impõe no país".
De acordo com o ativista, a iniciativa partiu da organização cívica e social "Po de Terra" (pau da terra), à qual se juntou a Frente Popular para "exigir a reposição da legalidade democrática" na Guiné-Bissau.
As duas plataformas contestam o derrube do parlamento, em dezembro de 2023, por decisão do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, cujo mandato de cinco anos, afirmam, terminou a 27 de fevereiro passado, dia em que passaram cinco anos desde a sua posse.
Fernando da Fonseca assinalou que a "mega manifestação" foi projetada para 25 de maio, Dia da África, para também reivindicar a liberdade na Guiné-Bissau, sem, contudo, avançar com todos os pormenores da iniciativa que, assegurou, "vai surpreender o regime".
"Nós temos a consciência dos riscos que se impõem [ao] confrontar este Governo", acrescentou o ativista, lembrando "a tortura" infligida aos manifestantes da Frente Popular no dia 18 de maio de 2024.
Nesse dia, a polícia guineense prendeu cerca de uma centena de ativistas da Frente Popular, na sua maioria jovens, que saíram às ruas de Bissau e de várias cidades do país para exigir a "reposição da ordem constitucional".
Vários ativistas da Frente Popular denunciaram atos de espancamentos durante a detenção na 2.ª Esquadra de Bissau.
Os dirigentes da organização, entre os quais o seu líder, o jornalista Armando Lona, ficaram detidos durante 10 dias, sendo, depois, apresentados ao Ministério Público, que lhes instaurou processos judiciais.
"Temos medo, mas vamos confrontar" as autoridades, declarou Fernando da Fonseca, salientando que a liberdade "não se negocia e nem se impõe", bastando que os cidadãos e as forças de segurança respeitem a Constituição do país.
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