Os resultados de sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 0,64%, ao passo que o tecnológico Nasdaq progrediu 1,61% e o alargado S&P500 ganhou 0,72%.

"Parece que a euforia que predominou ontem [segunda-feira] no mercado (...) prosseguiu hoje, pelo menos para o S&P500 e o Nasdaq", comentou Sam Stovall, da CFRA, em declarações à AFP.

Na segunda-feira, a praça bolsista acolheu em fanfarra a decisão dos EUA e da China de reduzirem em muito (115 pontos percentuais) as taxas alfandegárias que aplicavam às importações provenientes de cada um.

Mediante o acordo alcançado na Suíça, durante 90 dias, "a começar até 14 de maio", as taxas a aplicar passam a ser de 30% e 10%, respetivamente por EUA e China, anunciaram as partes em comunicado conjunto, depois das negociações no fim de semana.

Estas novidades na guerra comercial lançada por Donald Trump beneficia "importantes setores, principalmente a tecnologia, mas também a energia" e ainda "os serviços de comunicação", enumerou Stovall.

Por outro lado, os investidores foram tranquilizados com os números da inflação nos EUA em abril, ligeiramente mais baixa do que a esperada, o que foi lido como um sinal favorável para a economia.

O índice de preços no consumidor (CPI, na sigla em Inglês) indicou um aumento homólogo de 2,3%, depois de 2,4% em março.

Estes números "reforçam a confiança na possibilidade de as medidas de Trump poderem não produzir muita inflação, apesar de as taxas alfandegárias poderem colocar pressão sobre os custos", escreveu, em nota analítica, Jose Torres, da Interactive Brokers.

O CPI "conforta os investidores (...) na medida em que o banco central norte-americano (Fed) reduzirá a sua taxa de juro de referência duas vezes este ano, uma vez em junho ou julho e depois em dezembro", estimou Stovall.

Em termos de cotadas, Stovall apontou que "a baixa do Dow Jones respeita (apenas) a uma empresa".

O indice histórico bolsista foi afetado, com efeito, pela queda acentuada da UnitedHealth (-14,08%), que é uma das suas maiores ponderações.

Esta seguradora de saúde anunciou a suspensão das suas previsões anuais, devido a uma subida acentuada dos custos médicos. Aliás, a empresa até se vai separar do seu presidente, Andrew Witty, que atribuiu a sua saída a "razões pessoais".

Já a plataforma de moedas digitais Coinbase valorizou de forma exuberante (+23,97%), depois de ter sido anunciada a sua entrada no índice alargado S&P500 a partir de segunda-feira.

RN // MAG

Lusa/fim