Segundo as "Estatísticas da Globalização" do Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2010 e 2018 a remuneração média mensal "foi sempre superior nas filiais estrangeiras, em média, mais 393,7 euros, do que nas sociedades nacionais".

Esta mesma tendência regista-se na produtividade, com as filiais estrangeiras a registarem em média, entre 2010 e 2018, uma produtividade aparente do trabalho superior à das sociedades nacionais em cerca de 18,1 mil euros, tendo este indicador aumentado de 43.237 euros em 2010 para 44.487 euros em 2018.

De acordo com o INE, também a taxa de investimento das filiais estrangeiras em 2018 (23,1%) foi superior à das sociedades nacionais (21,9%), evidenciando "evoluções contraditórias" face a 2017 (-0,3 e +1,4 pontos percentuais, respetivamente).

Já o rácio de autonomia financeira registou o mesmo crescimento quer nas sociedades nacionais, quer nas filiais de empresas estrangeiras (+0,02 pontos percentuais), enquanto o rácio de liquidez geral registou um crescimento superior nas filiais de empresas estrangeiras (+0,05 pontos percentuais), face às sociedades nacionais (+0,03 pontos percentuais).

Em 2018, os valores absolutos destes dois indicadores foram superiores nas sociedades nacionais, tal como no ano anterior.

No ano passado, o INE aponta a existência em Portugal de 6.825 filiais de empresas estrangeiras em Portugal, que empregavam cerca de 487 mil pessoas, representando, respetivamente, 1,7% e 15,7% do total das sociedades não financeiras.

Em termos médios, cada filial empregava cerca de 71 pessoas, em 2018 (+3,3 pontos percentuais face ao ano anterior), "valor muito superior" ao registado nas sociedades nacionais, que empregavam em média apenas cerca de oito pessoas.

Em 2018, o VAB (valor acrescentado bruto) das filiais estrangeiras em Portugal atingiu 22,0 mil milhões de euros, aumentando 4,8% e ficando aquém do crescimento de 5,9% nas sociedades nacionais, tal como já havia acontecido em 2017 (+7,6% contra +8,8%, respetivamente).

Segundo o INE, no ano passado 80,1% das filiais estrangeiras e 77,9% do VAB por elas gerado correspondia a entidades com controlo oriundo do continente europeu, seguindo-se o continente americano, com 13,7% e 15,3% do VAB.

Espanha era o país que mais filiais controlava em Portugal, com um peso de 22,1% (menos 1,1 pontos percentuais do que em 2017), enquanto em termos de VAB, o país predominante foi a França, com mais de 5.000 milhões de euros (peso de 24,7%).

Já os países extra-União Europeia, excetuando os EUA, contribuíram com 16,6% do número de filiais e com 13,7% do VAB, em 2018.

Em 2018, as filiais de grande dimensão (442 sociedades) foram responsáveis por 14,8 mil milhões de euros de VAB, tendo ao seu serviço mais de 349 mil pessoas, mais 5,9% e mais 8,4%, respetivamente, face ao ano anterior.

O VAB das filiais estrangeiras com perfil exportador (41,3% do VAB total das filiais estrangeiras) cresceu 8,1% em 2018 (+20,1% em 2017), mais do triplo da registada pelas filiais sem perfil exportador (+2,5%; +0,7% em 2017).

Em termos da comparação internacional (e excluindo os setores da agricultura, as organizações associativas e outras atividades de serviços pessoais), em 2016 (último ano com dados disponíveis), o peso do VAB das filiais estrangeiras em Portugal era de 24,0%, ligeiramente abaixo da média europeia de 24,9%, destacando-se a Hungria e a Eslováquia com mais de metade do VAB a ser gerado por filiais estrangeiras (51,4% e 48,1%, respetivamente).

PD // CSJ

Lusa/fim