
Durante uma tensa audição na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), o democrata Bill Keating recordou as duras críticas de Rubio ao historial de Putin quando o atual chefe da diplomacia dos Estados Unidos era senador e perguntou-lhe diretamente se ainda achava que o líder do Kremlin é um "criminoso de guerra".
"Crimes foram cometidos na guerra contra a Ucrânia, e eles [russos] serão responsabilizados, mas o nosso foco atual é acabar com esta guerra", respondeu Rubio, citado pela agência France-Presse (AFP).
O secretário de Estado norte-americano acrescentou que cada dia no conflito, iniciado com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, soma "pessoas a serem mortas, pessoas a serem mutiladas" e, nesse sentido, "mais crimes de guerra são cometidos".
Para o congressista democrata, estas posições de Rubio enquanto membro da administração do Presidente Donald Trump tornam-no "inconsistente" e "equívoco".
Em resposta a outro congressista, o chefe da diplomacia norte-americana argumentou que, sem comunicações entre os Estados Unidos e a Rússia em 1961, o mundo poderia ter acabado durante a crise dos mísseis de Cuba.
O líder da Casa Branca falou na segunda-feira por telefone com Putin e com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como parte dos esforços de Washington, até agora sem sucesso, de pôr fim à guerra.
O Presidente russo, considerado um pária durante a anterior administração norte-americana de Joe Biden, rejeitou até ao momento os apelos dos Estados Unidos, apoiados pela Ucrânia, para um cessar-fogo de 30 dias, enquanto as lideranças europeias acusam o Kremlin de arrastar deliberadamente o diálogo e aprovaram na terça-feira um novo pacote de sanções contra Moscovo.
Questionado sobre quem era o agressor neste conflito, Rubio respondeu que "a Rússia invadiu a Ucrânia", enquanto Donald Trump recusou até ao momento tratar a parte russa como agressora.
Em mais de três anos, a guerra provocou centenas de milhares de baixas militares nos dois lados, com as Nações Unidas a registar acima de 12 mil civis ucranianos mortos em resultado de ataques russos.
A deportação de menores ucranianos levou o Tribunal Penal Internacional (TPI) a emitir mandados de detenção contra Vladimir Putin e a comissária para os Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova.
O TPI acusa também o antigo ministro da Defesa russo Sergei Shoigu e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Valery Gerasimov, de crimes de guerra e contra a humanidade.
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