"Ainda que devamos apreciar estas instituições, devemos fazê-las prestar contas e a verdade deve ser consistente e coerente, porque só assim construiremos a nossa democracia", disse Kenyatta num discurso na televisão, citado pela agência espanhola de notícias Efe.

"Mantenham-se alertas e façam todas as instituições prestar contas", defendeu o governante, criticando assim, de forma velada, a decisão do Supremo Tribunal, que nas eleições de 2017 defendeu a repetição do sufrágio, perante as dúvidas então levantadas, e agora decidiu pela manutenção dos resultados iniciais.

"Devemos perguntar-nos se é um problema de números ou de processo, podem as nossas instituições governar de uma maneira numas eleições e de outra maneira noutras eleições?", questionou o presidente, referindo-se a decisões em sentido contrário tomadas agora e em 2017, nas anteriores eleições presidenciais.

Kenyatta comprometeu-se a "executar as decisões do [Supremo] tribunal até às últimas consequências", garantindo: "É minha intenção supervisionar uma transição sem problemas para o próximo governo e já emiti todas as ordens necessárias para facilitar este processo", acrescentou.

De acordo com os números das eleições, o vice-presidente Wiliiam Ruto venceu as eleições presidenciais de 9 de agosto com 50,49% dos votos, enquanto o antigo primeiro-ministro e líder da oposição, Raila Odinga, apoiado por Kenyatta, ficou com 48,85% dos votos.

Ruto, de 55 anos, tomará posse a 13 de setembro, tornando-se o quinto presidente do Quénia desde a sua independência, em 1963.

 

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