"O Conselho de Ministros pronunciou-se a favor de uma interdição de entrada no espaço aéreo polaco a aviões utilizados pelas companhias [aéreas] da Bielorrússia", escreveu Piotr Muller na rede social Twitter.

A Polónia partilha uma longa fronteira com a Bielorrússia, pelo que a interdição afeta os voos das companhias aéreas bielorrussas, em que a principal, a de bandeira, Belavia, fica impossibilitada de voar para a Europa.

Também hoje, os três países bálticos, dois deles com fronteira com o território bielorrusso, impuseram vários graus de limitação ao tráfego aéreo de e para a Bielorrússia, na sequência do desvio, domingo, de um avião da Ryanair para Minsk.

A Letónia e a Lituânia encerraram o espaço aéreo a todo o tráfego da Bielorrússia e exigiram às companhias aéreas que evitem sobrevoar território bielorrusso, suspendendo também os direitos de aterragem e uso do aeroporto à companhia aérea Belavia, a empresa nacional do país vizinho.

A Estónia, o único dos três estados bálticos sem fronteira com a Bielorrússia, adotou uma postura mais suave, desencorajando a utilização do espaço aéreo bielorrusso por transportadoras que operam no país mais setentrional da região.

No entanto, mantém o espaço aéreo estónio aberto para a Belavia e outros operadores de aviação bielorrussos, disse à agência noticiosa espanhola EFE o porta-voz da Administração de Transporte da Estónia, Tarmo Ots.

As medidas tomadas pelos países bálticos estão em linha com as restrições ao tráfego aéreo com a Bielorrússia aprovadas segunda-feira numa reunião de emergência da União Europeia (UE).

Os líderes europeus pediram às companhias europeias para evitarem o espaço aéreo bielorrusso, banindo também as transportadoras da Bielorrússia na Europa, depois de, em Minsk, após o desvio do avião, as autoridades locais terem detido um jornalista associado à oposição.

Roman Protasevich, de 26 anos, é o ex-chefe de redação do influente canal Nexta, que se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020.

A Bielorrússia atravessa uma crise política desde as eleições de 09 de agosto de 2020, que segundo os resultados oficiais reconduziram o Presidente, Alexander Lukashenko - no poder há mais de duas décadas - para um sexto mandato, com 80% dos votos.

A oposição denunciou a eleição como fraudulenta e reivindicou a vitória nas presidenciais.

Desde então, o país testemunhou uma vaga de protestos populares para exigir o afastamento de Lukashenko, manifestações conduzidas pela oposição que têm sido reprimidas com violência pelas forças de segurança da Bielorrússia.

 

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