Segundo o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, a informação chegou ao conhecimento das autoridades a partir de uma denúncia, estando o cidadão implicado ausente do país.

"O comando provincial de Luanda tomou conhecimento desta ocorrência por intermédio da sala operativa do comando municipal do Cazenga, que dentro das suas ações de combate à criminalidade e no âmbito do ciclo de buscas de informações realizadas pela secção de informações policiais e fruto de uma denúncia, no dia 06 do mês e ano em curso, que dava conta que no bairro 11 de Novembro, na rua Cardoso, havia um grupo que praticava este crime de tráfico de seres humanos", referiu.

Nestor Goubel salientou que o acusado, de 55 anos, recebia constantemente menores provenientes da Nigéria, que criava até à idade adulta, sendo na sequência devolvidas para o país de origem.

"Mas durante este período que estas menores estavam no local, eram submetidas a serviços de escravidão, prostituição, bem como eram forçadas a procriar, no interior da residência. Havia todo um esquema e provavelmente envolvia altas somas monetárias, [sendo] as mesmas submetidas a este tipo de sevícias", explicou.

De acordo com o oficial da polícia, na tarde desta terça-feira, uma equipa multidisciplinar composta por órgãos de investigação criminal e ordem pública deteve três pessoas, que coadjuvavam o cidadão nigeriano, e resgatou nove vítimas, raparigas e mulheres, com idades entre os 10 e 43 anos.

"As diligências continuam, estão em curso no sentido de proceder à localização e detenção do autor moral, que é o maestro, o 'Papá Ladji'. Aqui o apelo que fica é para as populações continuarem a denunciar, porque aqui é preciso reconhecer, que foi fruto de uma denúncia que tudo terá chegado ao conhecimento das autoridades, e resultado nestas diligências todas", sublinhou.

O porta-voz da polícia em Luanda exortou as famílias a cuidarem das crianças, para que "esses indivíduos, que estão à mão de semear na cidade, sobretudo nalgumas artérias da cidade, não possam proceder a esses crimes", disse.

"Um outro apelo que tem que ver com a não guarida, não proteção de indivíduos cidadãos estrangeiros, com situação migratória ilegal. Evitem alugar as vossas casas a indivíduos cuja proveniência nem sequer se conhece, evitem esse tipo de situações, porque nunca se sabe quanto é que estão a lidar com criminosos", referiu.

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