
"Desde a semana passada já regressaram ao convívio familiar três das vítimas de raptos, faltando apenas duas", disse Bernardino Rafael, durante uma visita ao distrito de Palma, na província de Cabo Delgado.
Nas contas oficiais da polícia, foram raptadas seis pessoas no primeiro trimestre deste ano em Moçambique, cinco das quais ainda estavam em cativeiro, revelou em maio o comandante-geral.
Bernardino Rafael acredita que com a "pressão que a polícia está a fazer" as restantes vítimas poderão também regressar a casa, esclarecendo, entretanto, que não se trata de uma "vitória", pois os raptores podem estar a planear novos raptos.
"Isso não é uma vitória, há ainda um grande desafio de prevenção e combate aos raptos", frisou.
Na sexta-feira, a polícia disse à Lusa que a filha de 19 anos de um empresário da cidade da Beira, centro de Moçambique, já tinha regressado a casa, após ter sido raptada em 19 de maio.
O rapto tinha acontecido durante o dia numa zona movimentada.
A vítima comprava produtos alimentares em bancas de rua junto à Universidade Católica de Moçambique, onde é aluna, quando desconhecidos com uma pistola a levaram num automóvel.
Em abril, o filho de um empresário do ramo do comércio foi raptado próximo da sua casa, peto da Presidência da República moçambicana, em Maputo.
Entre 07 e 12 de fevereiro foram raptados dois empresários na capital moçambicana (Maputo) e em ambos os casos os raptores estavam armados.
Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início do mês, a procuradora-geral da República de Moçambique referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como a África do Sul.
De acordo com Beatriz Buchili, foram registados 14 processos-crime por rapto em 2021, contra 18 em 2020, mas há outros casos que escapam à contabilidade oficial, sendo que na maioria o desfecho é desconhecido.
A procuradora-geral disse ainda que as "vítimas de rapto" são "constantemente chantageadas" pelos raptores, mesmo depois de libertadas, para lhes continuarem a pagar quantias em dinheiro, agravando o sentimento de insegurança.
LYN (PMA)// LFS
Lusa/Fim