"Alguns países entraram numa forma de competição turística. Quando a Itália anunciou, pela primeira vez, a reabertura das suas fronteiras em 03 de junho, foi também para fazer um apelo aos turistas", disse o ministro numa entrevista hoje publicada no "La Libre Belgique".

Segundo o governante, "cada país geriu a crise de forma autónoma porque a situação não era a mesma em todos os sítios" e lembrou que o Luxemburgo "nunca fechou as suas fronteiras".

"A Alemanha encerrou as fronteiras e mais tarde foi uma das primeiras a defender a abertura", frisou o ministro belga.

"Nós, os belgas, pedimos coerência, o que manifestamente não funciona", salientou o governante.

Alguns países, como a Itália e a Áustria, começaram a abrir fronteiras na União Europeia (UE), enquanto outros (como a Bélgica, Alemanha e França) preveem fazê-lo em 15 de junho e a Espanha esperar abri-las até 01 de julho.

O facto de a Espanha levantar as restrições mais tarde estava hoje na capa do jornal belga "Le Soir", que tinha uma lista com a palavra "Bem-vindo" traduzida em várias línguas, como o inglês, francês e o alemão, e que, no caso espanhol, foi riscado com uma cruz vermelha.

Na sexta-feira, a Espanha e a Itália solicitaram à Comissão Europeia que garantisse uma abordagem coordenada no caso da reabertura das fronteiras internas e externas e salvaguarde que nenhuma discriminação ocorra.

Numa carta dirigida à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e o primeiro ministro italiano, Giuseppe Conte, pediram que fossem levantadas as restrições de circulação nas fronteiras da União Europeia, de forma coordenada e não discriminatória entre todos os Estados membros.

Nesse dia, realizou-se uma reunião por videoconferência na qual os ministros da Administração Interna da UE discutiram o levantamento das restrições no caso das viagens tanto na União Europeia como com países terceiros devido à pandemia de covid-19.

A Comissão Europeia lembrou que a recomendação de Bruxelas sobre esses movimentos do exterior terminará em 15 de junho e acrescentou que "quase todos os Estados membros manifestaram uma clara preferência por estender" esse prazo.

"Entendemos que as fronteiras internas sejam abertas no final do mês e consideramos que o levantamento gradual das restrições às viagem não essenciais à UE possa ocorrer no início de julho", frisou.

Bruxelas está a preparar uma comunicação nesse sentido que será anunciada na próxima semana.

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