
"Só o regresso imediato de todos os reféns como parte de um acordo negociado lançará as bases para a esperança, a unidade e a renovação da nossa nação", escreveram os 67 signatários numa carta dirigida a Benjamin Netanyahu.
A carta, da qual foi também enviada uma cópia a Donald Trump e ao enviado para o Médio Oriente, Steve Witkoff, foi escrita após a libertação do israelo-americano Edan Alexander, na segunda-feira, pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
A divulgação do documento ocorreu no momento em que Trump está de visita ao Médio Oriente e depois de Netanyahu anunciar uma intensificação da ofensiva na Faixa de Gaza, dando prioridade à pressão militar para alcançar a libertação dos reféns ainda em posse do Hamas.
"Acreditamos que o Governo israelita enfrenta agora uma oportunidade real de regressar à mesa das negociações", sublinharam os antigos reféns, argumentando que a maioria dos israelitas quer o regresso das pessoas que continuam em cativeiro, "mesmo que à custa" das operações militares.
"Tendo nós próprios suportado os túneis do Hamas, apelamos ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao primeiro-ministro [Netanyahu], aos ministros do Governo e a todos os envolvidos nestas negociações: não deixem que este momento histórico seja interrompido", escreveram os subscritores.
Das 251 pessoas raptadas no ataque realizado em 07 de outubro de 2023 pelo Hamas no sul de Israel, 57 permanecem na Faixa de Gaza --- incluindo 34 declaradas mortas pelo Exército israelita --- após a libertação de Edan Alexander na segunda-feira.
No mesmo dia, durante uma reunião com militares na reserva, Netanyahu anunciou uma ofensiva com "toda a força" para concluir a operação na Faixa de Gaza e derrotar o Hamas.
Depois de ter quebrado em março o cessar-fogo em vigor com o Hamas, em 05 de maio, Israel anunciou um plano de conquista do território palestiniano, que inclui uma deslocação em massa da população, suscitando palavras de condenação em todo o mundo.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e dezenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou cerca de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.
As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.
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