O congresso do maior partido da oposição, que esteve no poder de 2001 a 2016, vai decorrer na Praia, de 08 a 10 de abril e, segundo fonte da organização, da agenda consta também a eleição do Conselho Nacional, Comissão Política e da Comissão Nacional de Jurisdição e Fiscalização, que assim se juntam ao presidente eleito, para conduzir os destinos do PAICV nos próximos três anos.

A agenda da reunião do órgão máximo do partido, com o lema "Juntos por Cabo Verde", prevê a apreciação da Moção de Estratégia de Orientação Política Nacional para o triénio 2022-2025, "já sufragada na última eleição direta" para o cargo de presidente do PAICV, realizada em 19 de dezembro de 2021, em que Rui Semedo foi o único candidato.

"O PAICV precisa de ser um partido de todos os cabo-verdianos. Para além de ser um partido dos militantes", afirmou Rui Semedo, quando apresentou a candidatura ao cargo, em novembro, garantindo que para já só concorre a este mandato, de três anos.

Acrescentou que só depois desse período é que avaliará o futuro, nomeadamente tentar um segundo mandato e concorrer ao cargo de primeiro-ministro nas eleições legislativas de 2026.

"É claro que deve-se preparar, permanentemente, para os desafios futuros. O partido não se prepara apenas para o presente, neste momento preparamo-nos para os desafios de 2024 [autárquicas], vamos lançando também as bases para 2026 [legislativas]", afirmou Rui Semedo, aos jornalistas.

Cabo Verde encerrou, em 17 de outubro de 2021, com eleições presidenciais -- que elegeram à primeira volta o antigo primeiro-ministro e antigo líder do PAICV José Maria Neves como Presidente da República - o ciclo eleitoral iniciado em 25 de outubro de 2020, com eleições autárquicas.

Seguiram-se as eleições legislativas em 18 de abril do ano seguinte, em que o Movimento para a Democracia (MpD) revalidou a maioria absoluta, o que levou a então líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, a apresentar a demissão, antecipando a escolha de um novo presidente e dos novos órgãos do partido.

O próximo ciclo eleitoral em Cabo Verde deverá iniciar-se em finais de 2024, prosseguindo dois anos depois com a realização de legislativas e presidenciais.

Os 381 delegados ao congresso -- que esteve previsto para o final de janeiro, tendo sido adiado devido ao elevado número de casos de covid-19 no arquipélago - vão ainda "debater a situação política, social e económica" do país, "num contexto profundamente marcado pelos impactos da pandemia da covid-19 e, mais recentemente, da crise da guerra na Ucrânia".

"Bem como propor as vias para enfrentar e vencer os desafios com que Cabo Verde se vê confrontado", anunciou ainda a organização do congresso, que servirá igualmente para "analisar e refletir sobre o papel e a missão" do PAICV e a organização partidária "na conjuntura política contemporânea, tendo em vista a sua adequação aos desafios do século XXI".

São esperados no congresso, ainda, cerca de uma centena de convidados e representantes de partidos políticos estrangeiros, nomeadamente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), refere ainda a organização.

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