"Entendemos que a integração sul-americana é essencial para o fortalecimento da unidade da América Latina e do Caribe", disse o Presidente brasileiro.

"Uma América do Sul forte, confiante e politicamente organizada amplia as possibilidades de afirmar, no plano internacional, uma verdadeira identidade latino-americana e caribenha", acrescentou.

Na abertura da reunião, Lula da Silva propôs a criação de um "grupo de alto nível" formado por representantes dos presidentes dos 12 países da região, que prepararia um novo "roteiro para a integração da América do Sul" em 120 dias.

A cimeira conta com a presença dos presidentes da Argentina, Alberto Fernández, da Bolívia, Luis Arce, do Chile, Gabriel Boric, da Colômbia, Gustavo Petro, do Equador, Guillermo Lasso, da Guiana, Irfaan Ali, do Paraguai, Mario Abdo Benitez, do Suriname, Chan Santokhi, do Uruguai, Luis Lacalle Pou e da Venezuela, Nicolás Maduro. O Peru é representado pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.

Lula da Silva fez um longo balanço das várias tentativas de integração verdadeira na América do Sul, frustradas desde os anos 1960, e garantiu que a região não pode mais esperar para superar em condições de unidade os abismos sociais que persistem "desde o colonialismo."

O Presidente brasileiro propôs então os 10 primeiros pontos para discussão, numa espécie de decálogo para essa nova integração que propõe.

O chefe de Estado propôs "colocar a poupança regional ao serviço do desenvolvimento económico e social" por meio de organizações financeiras regionais e analisar a possibilidade de usar moedas locais no comércio sul-americano para de reduzir a alta dependência do dólar.

Lula da Silva também se propôs a discutir iniciativas para padronizar regulamentações e desburocratizar a área comercial, ampliar o comércio eletrónico e fundamentalmente "atualizar a carteira de projetos" de integração física da região, idealizada há mais de duas décadas e a maior parte totalmente inacabada.

O "decálogo" do chefe de Estado brasileiro também incluiu a possível criação de um "mercado energético sul-americano, que assegure abastecimento, uso eficiente de recursos, estabilidade jurídica, preços justos e sustentabilidade social e ambiental".

Após a intervenção de Lula da Silva, a transmissão oficial da cimeira, que está sendo realizada no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores em Brasília, foi suspensa devido ao caráter privado do encontro.

De acordo com o programa oficial, cada Presidente intervirá num primeiro plenário e depois haverá um segundo, definido como "Diálogo entre os Presidentes".

O encerramento está marcado para as 18:00 locais (22:00 em Lisboa), após o que alguns Presidentes retornarão aos seus países e outros participarão de um jantar que Lula da Silva oferecerá no Palácio da Alvorada, sua residência oficial em Brasília.

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