"As mulheres são cientistas, médicas e militares que defendem as nossas nações. São empreendedoras que criam postos de trabalho e educadoras que ensinam as gerações vindouras. [...] E as mulheres também são líderes na política", vincou Kamala Harris, numa declaração transmitida em vídeo na comemoração realizada no âmbito da sessão plenária que hoje arranca, em Bruxelas.
Dirigindo-se à assembleia europeia, precisou: "Desde a primeira mulher eleita presidente do Parlamento Europeu, Simone Veil, a todas as mulheres que se sentam convosco hoje".
Apesar de vincar que, "enquanto metade da população mundial, as mulheres dão um grande contributo ao crescimento económico e à sociedade", Kamala Harris lamentou que estas não têm sido "tratadas como deviam".
"A pandemia de covid-19 ameaçou a segurança sanitária, económica e física das mulheres em todo o mundo. [...] As medidas de confinamento levaram a que as mulheres tivessem um enorme fardo em casa e o isolamento também aumentou o risco de violência de género e interferiu com a proteção de vítimas de violência doméstica", disse a responsável.
E questionou: "Como é que construímos um mundo que funcione para as mulheres?".
Respondendo à sua questão, aquela que é a primeira mulher negra a ser eleita vice-Presidente dos Estados Unidos afirmou ser "preciso garantir a segurança das mulheres em suas casa e nas suas comunidades".
Além disso, "temos de tratar as mulheres com dignidade no trabalho [...] e temos de lhes dar voz na tomada de decisões e para isso é necessário haver democracias livres e justas", adiantou Kamala Harris.
A responsável norte-americana disse ainda à assembleia europeia estar, juntamente com o Presidente Joe Biden, "ansiosa para trabalhar com os membros do Parlamento para fortalecer a aliança transatlântica".
No âmbito sessão plenária do Parlamento Europeu, que hoje arranca e decorre até quinta-feira, realizou-se então hoje esta cerimónia em honra das mulheres, nomeadamente as que trabalham na linha da frente e de todas as pessoas mais afetadas pela pandemia de covid-19.
Também intervindo na ocasião com uma mensagem de vídeo, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, destacou que 55% do seu Governo é composto por mulheres e tem, desde logo, "a primeira vez uma mulher indígena como ministra dos Negócios Estrangeiros".
Ainda assim, "temos muito trabalho ainda a fazer", apontou Jacinda Ardern, salientando que, "não importa quantas mulheres existem na liderança política enquanto estas ainda estiverem sub-representadas nas forças de trabalho e enquanto dominarem as estatísticas de violência doméstica".
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Lusa/fim